(18/07/1989) 24 Horas - Operação Ampulheta
18/07/1989 24 Horas – Operação Ampulheta.
Tudo começou quando
todos estavam fazendo uma pequena celebração no Bar da Chizue em Kabuchiko
quando Gunwoo recebe a notícia – A operação de Tanaka tomou um rumo desastroso,
Eichi Tatsuke fugiu da prisão La Santé, o que acarretou numa fuga em massa da
prisão e é necessário que a Força Tarefa mande reforços. Coube a Shiro e McGyvver,
aliados ao agente Liaam Peeters, da equipe de Boucher oferecer essa ajuda e a
operação Ampulheta nasceu.
Quando Shiro chega
em Kobe, rapidamente se junta a McGyvver para o debriefing ministrado por Renan
Auclair, Dennis Leroy e Liaam Peeters.
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Renan Auclair, Dennis Leroy e Liaam Peeters |
O Debriefing:
Yori foi contido na prisão La Santé em Fevereiro e Março de
1989 e de lá trouxe a notícia de que Eichi Tatsuke está dominando a prisão La
Santé, não só os prisioneiros, mas guardas prisionais e até mesmo o diretor.
Tanaka estava buscando por uma oportunidade para pegá-lo
desde então. Eichi Tatsuke foi capturado na primeira missão dos operativos
Mari, Sanjuro e Charlotte. Tatsuke estava transformando as dezenas de
estudantes do prestigiado dojo Akikai em uma verdadeira gangue. Ele conseguiu
isso após ursurpar o dojo de seus legítimos senseis se casando com a neta do
Senhor Akikai e com seu carisma e influência sobrenaturais, que tornaram os
estudantes do venerável sensei em homens e mulheres fiéis a Tatsuke. Tatsuke então
começou a espalhar o terror em Quioto, principalmente rivalizando os Yakuza
Yamaguchi-gumi. Porém, Tatsuke era muito confiante em suas habilidades, o que
permitiu Mari, Sanjuro e Charlotte o desafiarem para um duelo. Mari lutou
representando o trio, fazendo-o fugir, mas acabou sendo nocauteado por Yunuen.
Após ele ter sido nocauteado, os estudantes ficaram
perplexos e confusos, e, depois de um discurso de Akikai Ichiro, neto do Senhor
Akikai, eles pareceram voltar a sí.
Tatsuke foi muito difícil de ser questionado pela força
tarefa, ele tinha um jeito de entrar na cabeça dos agentes, e facilmente evadia
as perguntas ou simplesmente se recusava a responder, ele não disse quem
forneceu a ele a droga que ele usava – a Stardust – e para quem ele trabalhava.
Não podendo mais contê-lo na base, e sob pressão devido às graves consequências
da missão em Osaka, a Força Tarefa se viu obrigada a despachá-lo para a prisão
La Santé.
Na prisão La Santé, Tanaka teve o reporte de Yori que
confirmou os reportes de seus contatos de que Tatsuke estava ganhando poder e
influência de dentro da prisão.
As coisas pioraram quando Tanaka perdeu inclusive seus
contatos na França, eles se recusam a se comunicarem de volta ou prestarem
relatório, uma evidência clara de que eles foram comprometidos e que Tatsuke
está próximo de fazer algo grande, provavelmente escapar e sabe-se o que ele
pode fazer a partir daí.
No dia 11/07/1989, para restaurar os contatos que ele possuía
na Prisão La Santé, Tanaka foi para a França preparado para tudo com toda sua
equipe – foi o maior contingente enviado para uma operação de alto-risco até
agora pela Força Tarefa Stargazer. Desta operação ele não retornou ainda.
No dia 18/07/1989 - Todos tem a má notícia de que de fato,
Eichi Tatsuke escapou da prisão La Santé, e o caos foi instaurado na capital
francesa, pois a fuga foi em massa.
Em uma decisão de última hora, Lacroix destacou Shiro e
McGyvver para reforçarem e ajudarem como puderem Tanaka e sua equipe no
controle de danos e no que for possível para reverter esta tragédia.
Informações importantes
Algumas informações de importância para a missão.
Poderes de Tatsuke e droga S-Delta.
Nunca de fato se coletou amostras puras da droga que Tatsuke
utilizava, mas por amostras de seu sangue, se concluiu que a droga que ele
utilizava era a S-Delta. Uma versão enfraquecida e diluída da droga virou febre
global e é conhecida como “Valkyr”.
A S-Delta é a mais viciante de todas, deixando o dependente
violento, eufórico e paranoico e mais resistente à dor. Surpreendentemente, em usuários psiquicamente
ativos ou psiquicamente dormentes, essa droga não tem os efeitos apresentados
pelas pessoas que não são psíquicas, no lugar, S-Delta acorda os poderes
psíquicos e os aprimora de maneira significativa, enquanto, ao mesmo tempo os
deixando apáticos e insensíveis, propensos a resoluções violentas.
Até onde se sabe, apenas Eichi Tatsuke – e seu fornecedor
misterioso – tem acesso a versão pura da S-Delta.
Os poderes de Eichi Tatsuke são alinhados à sugestão mental
e aparentemente basta que ele fale com certa entonação para que se faça efeito.
Ele aparentemente tem esses poderes sem esforço.
Porém não é a prova de falhas, há evidências de que, se ele
não estiver consciente, sua influência compulsória enfraquece ou se perde
completamente, e que quando um indivíduo que sofre sua influência compulsória
está inconsciente, esta influência também se dispersa.
Tatsuke parece saber disso, por isso usa seu charme natural
e manipulação para manter suas vítimas leais a ele, com promessas de poder e
ameaças.
Então, uma forma de tirar uma pessoa da compulsão de Tatsuke
é nocauteá-la, ou fazê-la dormir. Claro, ele ainda pode estar sobe influência
das promessas e ameaças dele.
Importância de Tatsuke
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Eichi Tatsuke |
Afinal, quais são as importâncias de Tatsuke para a Força
Tarefa?
Poder Psíquico Perigoso e
Difícil de Conter
Tatsuke é uma ameaça imediata por causa de suas habilidades psíquicas,
especialmente sua "Sugestão Mental", que lhe permite manipular e
controlar pessoas com facilidade. Ele pode influenciar não apenas criminosos,
mas também autoridades, guardas, e até mesmo os membros da Força-Tarefa. Isso o
torna extremamente difícil de prender ou interrogar de forma eficaz. Sua
habilidade de controlar prisioneiros e autoridades dentro da prisão La Santé é
um exemplo claro de como ele pode usar esses poderes para criar caos e expandir
seu controle e ninguém sabe que autoridades externas ele conseguiu influenciar.
Acesso à Droga S-Delta
Tatsuke é um dos poucos, se não o único, que tem acesso à
versão pura da droga S-Delta. Uma versão diluída foi distribuída mundialmente
sob o nome “Valkyr”, e esta versão inferior já consegue acordar e ampliar as
capacidades psíquicas de usuários psiquicamente inclinados e tornando-os mais
perigosos, enquanto afeta os não-psíquicos de maneira violenta e descontrolada.
A versão pura que Tatsuke tinha acesso pode ser muito mais perigosa e apenas
ele pode entregar mais informações sobre ela. Se Tatsuke continuar livre, ele
pode voltar a se tornar uma peça chave para o teste da droga S-Delta pura,
agravando ainda mais a violência e os distúrbios onde quer que ele vá.
- O
elo com o fornecedor misterioso: Tatsuke pode ter informações valiosas
sobre a fonte da S-Delta, todos suspeitam que Sra. Izanami seja a
fornecedora, mas não há provas disso.
Ligação com o Submundo do Crime
Graças a investigações anteriores da Força Tarefa, suspeitava-se
que Tatsuke era considerado um dos líderes do Exército da Vingança, devido à
sua influência no corpo. Porém, seu comportamento caótico e rebelde diminuiu
essa possibilidade, mas há fortes indícios de que ele possa conhecer aspectos
mais íntimos da organização e de seus generais, incluindo as verdadeiras
identidades de Vendetta e Sra. Izanami.
- Expansão
do Caos: Sua fuga da prisão desencadeia uma série de eventos
catastróficos, incluindo a libertação de prisioneiros violentos. Isso gera
uma atmosfera de caos que ele pode usar como cortina de fumaça para seus
planos maiores, possivelmente relacionados à dominação de mais territórios
e à expansão de sua influência em Paris e além.
Rivalidade Direta com a Força-Tarefa
Tatsuke representa uma rivalidade direta e pessoal com a
Força-Tarefa Stargazer. Sua habilidade de manipulação mental tornou-o quase
impossível de interrogar, criando uma frustração constante para os agentes,
particularmente Tanaka, que está tentando pegá-lo há meses. Além disso, o fato
de Tatsuke ter escapado após uma tentativa de captura bem-sucedida humilha a
Força-Tarefa, intensificando a urgência de recapturá-lo.
- Informações
Críticas Não Reveladas: Tatsuke ainda não revelou para quem trabalha
ou quem está por trás do fornecimento da S-Delta. Capturá-lo é crucial
para obter essas informações, e também para neutralizar um perigoso
adversário com ambições de expansão.
Conexões com a Star Corp
Embora ainda não esteja completamente claro, há indícios de
que Tatsuke possa estar envolvido de alguma forma com a Star Corp, seja através
da distribuição de S-Delta ou outros negócios ilícitos. A Star Corp é o
principal alvo da Força-Tarefa, e Tatsuke poderia ser um dos elos chave entre a
megacorporação e o submundo do crime. Descobrir seu envolvimento com a Star
Corp poderia fornecer pistas valiosas para desmantelar a organização. Há fortes
suspeitas e certas evidências que Tatsuke tinha acesso à Colorchem, e seu
depoimento pode ligar diretamente a droga S-Delta à subsidiaria da Star Corp.
6. Risco Global
Se não for contido, Tatsuke pode criar uma rede ainda mais
perigosa de criminosos e usuários de S-Delta. Além disso, sua capacidade de
controlar prisioneiros e autoridades mostra que ele tem o potencial de espalhar
o caos em várias regiões, não apenas em Paris. A fuga em massa da prisão La
Santé, que já causou grande destruição, poderia ser apenas o início de um plano
maior de desestabilização internacional.
Possível Infiltração de Organizações Governamentais
Já é uma realidade de que Tatsuke conseguiu exercer sua
influência na prisão La Santé, o que já é uma catástrofe, porém ele pode não
parar por aí, com seus poderes, ele pode estar manipulando ou infiltrando
organizações governamentais, como setores da INTERPOL ou até mesmo o governo
direto de Paris ou mesmo da França. Se ele continuar a ganhar influência, ele
pode desestabilizar governos e corporações, enfraquecendo as capacidades da
Força-Tarefa Stargazer de agir e responder.
Objetivos da Operação
Ampulheta (Aprimorados):
Objetivo Primário:
·
Capturar Eichi Tatsuke:
Tatsuke é
uma ameaça que precisa ser neutralizada o mais rápido possível. O tempo é
crucial para impedir que ele revele segredos vitais sobre a rede de contatos da
Força-Tarefa Stargazer e sobre suas operações em Paris. Sua captura também é
essencial para interromper a propagação da droga S-Delta.
Objetivo Secundário:
·
Coordenar com Operação "Sobre o Capô" (liderada por Tanaka):
A Operação Sobre o Capô tem como foco
restabelecer o contato com aliados presos em La Santé. A cooperação entre as
equipes é essencial para o sucesso da missão e para garantir a segurança dos
agentes e contatos da Força-Tarefa.
Objetivos Secundários:
·
Proteger a Equipe de Tanaka:
A extração
de Tanaka e seus agentes com vida é crucial. Sem eles, as chances de sucesso na
missão diminuem consideravelmente.
·
Proteger os Operativos Aliados:
Extrair os
contatos e operativos vitais de La Santé antes que as bombas sejam detonadas.
Embora os detentos perigosos soltos representem uma ameaça, eles não são a
prioridade máxima.
·
Reduzir os danos em Paris:
Mitigar os
distúrbios causados pela fuga em massa de detentos é importante, mas o foco
primário deve ser Tatsuke e os reféns da Força-Tarefa.
·
Capturar Ikigawa Iori e Takeo Takeyo (Se Possível):
Se os operativos
encontrarem esses dois detentos perigosos durante a missão, capturá-los é um
bônus. No entanto, desviar-se do objetivo principal para encontrá-los pode
comprometer a missão.
·
Evitar a Detonação das Bombas de Carlos "El Jackal":
Impedir que
Carlos El Jackal detone as bombas ao redor da prisão é crítico para salvar a
vida dos reféns e agentes.
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Ilich Ramirez Sanchez "El Chacal" |
Tempo de Missão: 24 horas a
partir da chegada.
Que fique claro – O plano de Eichi Tatsuke já está em
movimento, é apenas uma questão de tempo para que ele consiga fugir. Por este
motivo, um tempo razoável de 24 horas foi estipulado para a conclusão desta
missão. É razoável se assumir que após este tempo e Tatsuke não for localizado,
deve-se considerar que ele conseguiu fugir ah não ser que os investigadores
possuam fortes razões do contrário.
Lacroix usa seus contatos com a guarda de Outubro para
que os investigadores conseguirem usar a rota aérea soviética, que é mais
rápida, com uma escala em Moscou. Porém, a viagem demorará 15 horas. Fazendo
eles perderem 16 horas das 24 horas. Eles terão apenas uma noite.
A Viagem até Paris
Shiro, McGyver e
Liaam não perdem tempo e partem direto para Tóquio. No quartel da equipe, Denis
e Renan desejam boa sorte, enquanto Mari, Charlotte e Reyna vão até a saída
para se despedirem pessoalmente. Yunuen, sempre rebelde, manda um aceno de
longe, finalizando com uma piscadela.
No Armorial,
os três agentes verificam seus equipamentos. Shiro ajusta o colete à prova de
balas sobre a roupa tática, confere o peso da espada Kiba na bainha e
inspeciona rapidamente seu estoque de tranquilizantes e bombas ninja. Liaam faz
o mesmo com o colete, prende a pistola H&K P7 no coldre e carrega o
fuzil Howa Type 89, garantindo que a munição esteja devidamente
preparada.
McGyver, por sua
vez, opta por algo mais... improvisado. Além do colete e da H&K P7,
enche os bolsos com uma seleção curiosa de ferramentas de cozinha e escritório
— ninguém pergunta, mas todos sabem que ele vai encontrar um uso inesperado
para elas.
Prontos para a
missão, os três seguem para a estação do Shinkansen, embarcando em
vagões diferentes para evitar atenção indesejada, mas mantendo contato discreto
via pagers. A viagem até Tóquio transcorre sem incidentes, o trem
cortando o país como uma lâmina, veloz e silencioso.
Ao chegarem na
capital, dirigem-se diretamente ao hangar da STARGAZER. Lá, encontram o
avião já preparado para a decolagem, cortesia da equipe improvisada reunida por
Amélie Boucher.
A ex-comissária de
bordo Marie Ichikawa, mesmo sem ser piloto de combate, garantiu que tudo
estivesse pronto no cockpit. Eloïse Garnier, corredora e mecânica, fez
ajustes na aeronave com a precisão de um pit stop de corrida. Já Ryan Goveia, o faz-tudo da equipe, cuidou do restante — desde reabastecimento
até a papelada necessária para um voo discreto.
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Marie Ichikawa, Elöíse Garnier e Ryan Goveia |
“Fizemos o possível
na ausência dos verdadeiros profissionais,” admite Eloïse, limpando a graxa das
mãos. “Mas tá tudo pronto.”
Ryan apenas
assente, um leve sorriso de orgulho no rosto.
“Estamos todos prontos?” Marie fala com um sorriso praticado de comissária, antes de subir a bordo com eles. Desta vez, além de preparar o voo, ela
vai junto como copiloto.
Com tudo pronto, os
motores rugem, e o avião corta a noite, com destino a Moscou.
O voo seguia
tranquilo. No interior da aeronave, Shiro e McGyver revisavam os detalhes da
missão com calma e concentração. Marie Ichikawa e Liaam Peeters, por sua vez,
conversavam sobre os protocolos diplomáticos ao lidarem com os russos,
alinhando tudo com Lacroix por meio do comunicador. No mesmo canal, Amélie
Boucher enviou uma última mensagem antes do silêncio operacional: “Boa sorte.”
Pouco antes de
cruzarem o espaço aéreo soviético, os pagers da equipe começaram a vibrar. A
mensagem era de Mamoru:
“Desdobramentos. Chequem o chat LAN.”
No canal fechado,
Mamoru transmitia a gravidade da situação: Tanaka confirmara uma fuga em
massa da prisão La Santé, acompanhada de explosões. Informou ainda que seus
contatos estavam sendo mantidos como reféns, e que o perímetro já estava
cercado por forças policiais. Dizia estar procurando rotas alternativas de
entrada na prisão e solicitava apoio logístico.
Mari reagiu com
preocupação:
“Aí meu Deus, diz pro Tanaka que eu tô torcendo por ele.”
Mamoru respondeu com secura:
“Tá, tá, mas não fiquem ocupando banda.”
Nesse momento, o
avião cruzou a fronteira soviética e foi interceptado por um caça MiG-23. A
aeronave soviética exigiu identificação. Liaam, fluente em alemão, respondeu
com precisão e calma, seguindo os protocolos estabelecidos.
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Poucos minutos depois, nova notificação surgiu nos pagers:
“Desdobramentos.”
No chat LAN, Mamoru
compartilhou outra atualização: a equipe de Tanaka havia sido emboscada por
mercenários. O agente Geffords foi gravemente ferido ao proteger Faith,
enquanto Tanaka e Schumacher também foram atingidos, mas conseguiram
neutralizar os atacantes. A tensão no canal cresceu.
Charlotte
questionou:
“Por que estavam mirando especificamente nas mulheres?”
Mamoru respondeu, frustrado:
“Ainda não sabemos.”
Mari, preocupada,
perguntou a origem dos mercenários.
Mamoru prometeu atualizar assim que tivesse mais informações.
Boucher sugeriu consultar Gyrio Gunwoo para apoio médico imediato.
Mari desejou sorte mais uma vez, mas Mamoru insistiu:
“Poupem a banda.”
Enquanto isso, a
tripulação revia os protocolos de pouso em Moscou. Liaam deixou claro:
— “Não devemos hostilizar os agentes russos, mas tampouco deixá-los nos
atrasar. Se insistirem, digam para ligarem para o número de Rostov do Don... e
peçam para falar com o 'Velho Cavalo de Guerra'.”
Já próximos ao
destino, uma última mensagem de Mamoru atravessou o sistema:
Agente Geffords
não resistiu aos ferimentos.
Schumacher, Faith e Tanaka, felizmente, sofreram apenas ferimentos moderados.
Os mercenários capturados revelaram ser franceses e argelinos, alguns
com passagens pela Legião Estrangeira, terroristas hutus, membros
da GIA (Grupo Islâmico Armado) e até resquícios da OAS.
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Ryan Geffords, Laura Faith e Tifanny Schumacher |
Já haviam recebido
pagamento adiantado. Mas não sabiam a identidade exata do contratante.
Sugeriram que talvez fosse a DSGE.
As ordens eram claras:
- Executar Tanaka e todas as mulheres da
equipe.
- Se possível, eliminar todos os demais.
No chat, a reação
foi imediata:
Mari enviou um emoji improvisado de mãos em prece usando traves e pauzinhos.
Yunuen digitou:
“Filhos da Puta.”
Boucher respondeu com frieza:
“Entendido.”
O avião aterrissa
silenciosamente no Aeroporto de Moscou. Dois agentes soviéticos entram a bordo.
O primeiro permanece ao lado de McGyver e Shiro, observando cada gesto. O
outro, com postura contida e olhar amigável, se apresenta em japonês impecável:
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Nyurgun e Antonovich |
— Uybaan Nyurgun. Este é meu parceiro, Maksim Antonovich. Somos da Nona Diretoria do KGB, responsável pela segurança de líderes do partido e instalações críticas. — Ele afirma, com voz calma, voltando-se para os pilotos.
Sem rodeios, Nyurgun
pergunta aos pilotos se são apenas os quatro a bordo do avião. Para evitar
atrasos, Liaam começa a abrir os contêineres do avião, seguindo o protocolo.
Ichikawa, com educação cortês, garante:
— Não representamos
ameaça alguma.
Nyurgun interrompe
com um aceno discreto e um sorriso:
— Não será
necessário — diz ele. — O Velho Cavalo de Guerra (Coronel Ivan
Nikolevich Brekhov) deseja a vocês sucesso na missão.
Com a liberação e
reabastecimento concluídos, a aeronave decola novamente.
Enquanto cruzam o
céu ucraniano, uma nova mensagem de Mamoru surge:
“Contatos de
Lacroix e Boucher confirmados. Existe uma entrada secreta em um café chamado
‘Café de Toussant’, que leva a um túnel até La Santé. Está bloqueado, mas
Tanaka e equipe têm ferramentas para abrir. Estão escondidos e investigam
possibilidades de infiltração.”
Ao cruzarem o
espaço aéreo da Alemanha Oriental, outro desdobramento:
“A equipe de Tanaka
foi atacada pela INTERPOL francesa em conjunto com agentes da DSGE.
Agente Ventura foi ferido, nada grave. Cinco agentes inimigos foram feridos
antes de recuarem.”
Yunuen reage:
— Esses caras já deviam estar mortos há muito tempo.
Lacroix escreve com
frieza:
— Sorte nossa que agiram clandestinamente — nem INTERPOL nem DSGE têm
missões aprovadas para atacar civis aqui.
Gunwoo complementa:
— Boucher conhece bem esses inimigos. Pode nos orientar.
E, tal qual antes,
Boucher responde de forma sucinta e decidida:
— Entendido.
O contato de
Boucher de pouso clandestino em um clube aéreo de Paris funcionou, do contrário
eles teriam que pousar no Aeroporto Charles De Gaulle e enrolar sua entrada no
país com as identificações falsas provida por Mamoru.
Mas ao entrarem em
território Francês, Mamoru dá mais desdobramentos, ele informa que Tanaka
confirmou a entrada alternativa e disse ser viável seu uso. Também informou que
não é aconselhável a entrada na prisão pela entrada principal, pois está
bloqueada pela GIGN e possivelmente é vigiada pelo operador das bombas,
suspeito de ser Ilich Ramiréz Sanchez - El Chacal. Tanaka
disse que conseguiu contatar o comandante da operação da GIGN – Yves Archambeau
que permitiu ele e sua equipe tentarem resolver a situação, mas avisou que eles
possuem pouco tempo, pois seu chefe pressiona por ação da GIGN.
A pista de pouso do
Clube Aéreo é curta, desenhada para aviões de hélice pequenos, a torre de
controle os contata. “Bem vindos ao aeródromo do clube aéreo Yves de Laurant, vocês
têm permissão para pousar.... Medeina está aí?” No qual Marie, assumindo que
Medeina seja Boucher responde com a confiança treinada de comissária – “Não
senhor, a bordo só nós quatro, me chamo Marie Ichikawa e ficarei para trás
enquanto meus associados conduzem seus afazeres, confio que eu e o avião estarão
em boas mãos com o senhor.” No qual o homem misterioso sorri encantado com a
vóz de Marie. “Sim, sim, é claro, Mon petit trésor! Seu francês é soa cristalino
de sua doce voz! Ah, e por favor, avisem a mina querida Medeina quando puderem que o Mangusto Furioso não
se esqueceu que ela ainda o deve um carro esportivo.”
Ichikawa solta um
risinho encantador e responde: “Passarei seu recado... Monsenhor Mangusto”.
Apesar da pista
pequena, Liaam é um ótimo piloto e consegue fazer o pouso sem muito esforço.
No chão, são bem tratados pelos funcionários do clube e recebido por Gaston de Laurant, o “Mangusto Furioso”, um homem na casa dos idos dos 30, com uma aparência cafajeste de turco. Com grandes óculos escuros, cabelo penteada a gel, chamativo terno de grife e relógio de ouro. Ele fala com um taxista de sua confiança e instrui a ele a levarem os agentes para onde eles quiserem, dando a ele um generoso maço de dinheiro. “Lembre-se, meu querido Alfonse” Mangusto Feroz fala com o taxista. “Tudo que os inimigos deles fizerem contra você, eu posso fazer pior. Portanto, nada de ideias bobas.” Ele fala com um sorriso despreocupado e amigável. “Não senhor, sou todo seu, você sabe disso.” Responde o taxista feliz com o bolo de dinheiro. Marie ficará para trás para preparar o avião para voo de retorno. E o restante entra no taxi, Marie e Mangusto os observam partir.
Paris, Arrondissement de l'Observatoire — Setor Norte
Entardecer tingido de chumbo e medo.
O velho Citroën conduzido por Alfonse freia com cuidado próximo de uma barricada policial improvisada. Luzes azuis varrem o céu. O rádio chia com transmissões truncadas:“Fugitivos
confirmados em Montparnasse... escaramuças na Rue Saint-Jacques... necessidade
de reforço em Denfert-Rochereau...”
Alfonse se vira:
— Mais perto que
isso, messieurs, só voando. O resto... é zona de guerra.
Eles descem em
silêncio. As portas se fecham com o peso de uma missão.
Shiro ajusta a Kiba nas costas. Liaam verifica o fuzil Type 89. McGyver esconde
uma faca de cozinha entre a jaqueta e um clips dobrado no bolso. Equipamento
tático completo, olhos frios.
A rua está deserta
— as vitrines das padarias e papelarias fechadas com pressa, toldos rasgados,
lixo voando com o vento.
O norte de l'Observatoire, um bairro conhecido por seus cafés cultos e
livrarias, agora se transforma em uma cidade-fantasma tomada pelo medo.
O silêncio é
rasgado.
— Aaaah! —
um grito feminino, seco, quase engasgado.
— Por favor, senhor, temos uma filha! — implora uma voz masculina,
frágil como papel úmido.
Shiro sinaliza com
dois dedos. A equipe segue pelos flancos, passos rápidos. Em uma esquina
estreita, veem a cena: uma boutique ainda acesa, um homem de capote bloqueando
a entrada. Por baixo do tecido, as inconfundíveis listras cinza e brancas da
prisão de La Santé.
O vigia os vê em movimentação determinada, e alerta os colegas de dentro.
Os quatro criminosos saem da loja arrastando um senhor e uma
garota. Todos armados — não com armas de fogo, mas com brutalidade de rua: uma
faca de cozinha, um pedaço de madeira pesado, um abridor de cartas como
estilete, e uma corda enrolada no punho como uma soqueira improvisada.
— Soltem eles e
terão chance de correr vivos — diz Liaam em francês, olhos fixos.
Os criminosos regem
com violência, o primeiro golpe vem seco — o do pedaço de pau — e quase acerta
o ombro de McGyver. A luta irrompe como uma tempestade.
O chão vira ringue.
Shiro derruba o
homem da faca com uma rasteira e um soco na traqueia. Liaam segura a corda de
um dos agressores com o cano da arma e o joga contra a parede. McGyver segura o
braço do homem do abridor e, com um movimento rápido, o faz bater a cabeça no
batente da porta.
A garota resiste
bravamente. Joga jarros, acerta um com um pallet solto no chão, grita por
ajuda. Mesmo ferida, ela luta como quem se recusa a ser esquecida.
No fim, quatro
criminosos inconscientes, tossindo, arranhados, rendidos. Um deles, com o nariz
sangrando e o olhar perdido, fala:
— Ok! Vocês me
pegaram! Me rendo!
McGyver com sotaque
americano pergunta em francês sobre a prisão e Tatsuke. O criminoso ri. — Vocês...
chegaram tarde. Tatsuke já saiu. Ele começou o motim. Vocês acham mesmo que ele
ficou lá?
Shiro se aproxima e
com o sotaque japonês carregado pergunta:
— Quem mais?
— Alguns não
saíram. Não são do grupo do Tatsuke. Cor Van Holt, Holleeder... Os que pegaram
o Heineken. Tão atiçando a prisão para bolar a própria fuga.
Payet? Ele vai fugir de novo, claro. Tá esperando um helicóptero que só existe
na cabeça dele.
E tem aquele japonês... o canibal. O... Sagawa.
O nome paira no ar
como um sopro de necrose.
McGyver respira
fundo. Shiro limpa o sangue da mão com um lenço. Liaam prende os pulsos dos
homens com fita plástica.
— Fechem essa loja.
Barriquem as portas. Não abram por nada — diz Liaam pai e filha, com firmeza.
O senhor da loja
assente, tremendo, e leva a filha para dentro.
A porta se fecha
atrás deles. O letreiro da loja pisca uma última vez antes de apagar.
A noite cai sobre
Paris.
E os predadores de La Santé ainda estão soltos.
Paris, proximidades
da Prisão La Santé — Entardecer encoberto.
Seguindo pelas ruas
secundárias do norte do arrondissement de l'Observatoire, o trio avança com
cautela. O cenário é de abandono: vitrines quebradas, sirenes ao longe, e o ar
pesado de uma cidade à beira do colapso.
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Yves Archembeau |
No caminho, Shiro recorda o conselho de Tanaka — entrar em contato com o comandante Yves Archembeau, da GIGN. Ele pergunta se o walkie talkie pode captar o canal de operações. McGyver coça o queixo, mas é Liaam quem responde com um breve aceno de cabeça:
— Dá pra fazer... temos
uma série de possíveis códigos da frequência.
McGyver gira os
botões do rádio com dedos firmes. Um chiado. Vozes. Conseguiu. Mas Archembeau
está no meio de uma conversa com seu superior. Os agentes decidem aguardar o
momento certo.
Quando chegam à rua
lateral da prisão, a realidade é pior do que imaginavam.
A rua está tomada
por veículos abandonados, muitos colididos, como se o tempo tivesse parado no
meio de uma evacuação desesperada. O portão de ferro na muralha lateral da
prisão, claramente uma adição recente, não consta nos mapas de Mamoru — um
lembrete de que nada é confiável aqui.
À frente, luzes
giratórias azuis tremeluzem no horizonte. Furgões blindados da GIGN bloqueiam a
entrada principal da prisão. Mais ao longe, em um dos prédios que encaram a
penitenciária, os investigadores supõem que El Chacal pode estar observando.
Uma sombra invisível, pronta para apertar um detonador.
Do outro lado da
rua, o letreiro gasto do Café Toussant balança com o vento. É ali que está a
entrada clandestina — o túnel usado pela equipe de Tanaka.
De volta ao rádio,
McGyver intercepta uma nova transmissão: o comandante Archembeau recebe ordens
do superintendente Jean de la Cour para iniciar a invasão da prisão em vinte
minutos. A ordem vem carregada de ignorância ou descaso — todos sabem que El Chacal
pode explodir tudo se a GIGN agir precipitadamente.
Antes de avançarem,
Shiro nota algo estranho: um carro mal estacionado entre os destroços. No banco
da frente, um homem observa a prisão com atenção; ao lado dele, uma mulher
mastiga algo, trocando palavras baixas; no banco de trás, um homem mais jovem, musculoso,
vigia como um cão de guarda. Os três não parecem civis.
Shiro decide que é
hora de contatar Archembeau. Quando finalmente consegue uma linha limpa, ouve o
final da conversa com De la Cour — ordens de prender Shinji Tanaka sob acusação
de insubordinação.
Mesmo assim, Shiro
se identifica.
— Meu nome é Shiro
Okabe. Sou aliado de Tanaka. Viemos para resolver a situação por dentro — sem
vítimas, sem explosões.
Houve silêncio.
Então, a resposta:
— Trinta minutos.
Depois disso, serei obrigado a entrar com toda a força. Há reféns lá dentro —
três, em particular, devem ser salvos a qualquer custo:
Lucien Clouvière,
deputado e líder do Comitê de Saúde Pública.
Georges Fourelle,
secretário-geral do Ministério do Interior.
Arnaud Charbonne,
ministro da Indústria e Comércio.
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Lucien Clouvière - Georges Fourelle - Arnaud Charbonne |
Se eles morrerem...
acabou.
Shiro aproveita
para informar sobre o trio suspeito. Archembeau responde, tenso:
— Aquela área devia
estar evacuada. Não tenho homens lá. Se puderem... lidem com eles.
Com isso, os
agentes seguem para o Café Toussant. Mas percebem que passar despercebidos pelo
carro do trio será impossível — e tentar contorná-los tomaria tempo demais.
Decidem arriscar.
Shiro e Liaam se
aproximam como cidadãos preocupados, tentando convencer o grupo a sair da área.
Mas antes que possam terminar a frase, armas são puxadas, frias e precisas. Liaam
recua rápido apontando o fuzil, Shiro também ameaça sacar sua espada, McGyver
com no meio dos dois grupos, com as mãos abertas. O impasse se forma.
— Vocês não são
civis — diz a mulher morena, apontando para eles uma pistola beretta.
— Nem vocês —
responde McGyver, com um sorrisinho sarcástico.
Após alguns
segundos tensos de negociação por uma saída do impasse e questionamento dos
agentes, a situação se dissipa quando os investigadores mencionam a INTERPOL e
Charles Lacroix.
— Esperem,
superintendente Lacroix? — O espião de cabelos encaracolados fala, baixando sua
arma.
Shiro confirma.
— Então vocês estão
junto com Tanaka? O jovem musculoso pergunta, ainda apontando sua escopeta.
— Amélie Boucher
trabalha para Lacroix agora? — A espião franco argelina pergunta.
Liaam arrisca, e
confirma com um aceno, sem tirar o dedo do gatilho.
A revelação abala
os três.
— Prova — exige a
mulher. — De que Boucher ainda luta do lado certo. De que ela não foi...
comprada.
Shiro começa a falar
dos feitos de Boucher na STARGAZER, a luta contra os Yakuza, o salvamento de
uma criança, o sacrifício dela para evitar que terroristas entrassem no Palácio
Imperial. Liaam segue falando como ela lutou contra os Madalone da Camorra, e
como ela contribuiu para revelar ao mundo o escândalo das vacinas contaminadas da
Bayer e do escândalo de corrupção do Banco Ambrosiano.
Silêncio. Troca de olhares. Então, a mulher
suspira.
— Ela ainda tem
aquele olhar teimoso? Que acha que pode salvar o mundo na unha?
— E o mesmo temperamento
explosivo — responde Liaam.
A tensão quebra. A
mulher se apresenta: Eliza Benchetrit, agente da DSGE. O homem ao lado, de
olhos afiados, cabelos encaracolados e rosto limpo, é Tomas Toussant. O mais
jovem, de cabelo raspado no estilo militar, forte e curioso, é Hugo Merlot, um
novato leal a ambos.
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Eliza Benchetrit, Tomás Toussant e Hugo Merlot |
— Vocês têm caminho
livre. Mas fiquem atentos — diz Eliza. — Nosso superior, Domenique Leclerc, está
trabalhando com a INTERPOL francesa, e as ordens dele são para eliminar vocês.
Se vocês forem vistos... eles não hesitarão.
— Estamos ficando
sem aliados — comenta McGyver.
— Então tratem de
valorizar os poucos que restam — diz Tomas, acendendo um cigarro com um
isqueiro de prata.
Antes de partirem,
Eliza oferece algo a mais:
— Podemos ajudar
mais, mas não aqui onde podemos ser avistados, se precisarem de nossa ajuda,
procurem o Hotel Jardin Parisien, na fronteira da cidade. E avisem Boucher...
que ela ainda nos deve respostas, não se abandona os colegas do jeito que ela
nos abandonou, foi baixo até para nossos padrões.
O trio entra no
carro e parte.
Os investigadores
respiram fundo e finalmente se dirigem ao Café Toussant.
O túnel os aguarda.
E o inferno de La
Santé está prestes a revelar seus segredos.
A Prisão La Santé
Eles entram
no Café Toussant, onde o dono, ao ver eles preparados para uma guerra, acena
para que eles vão ao banheiro. Eles adentram o túnel que toma um bom tempo o
caminho, e acabam no canto frontal da prisão, junto a uma das torres. E ouvem
barulhos de tiro vindos de dentro do Quartel da prisão. Eles entram lá e
encontram Tanaka e sua equipe imobilizados por tiro pesado e uma leva de
prisioneiros os atacando. No meio da confusão, Tanaka fica muito feliz em
vê-los, e pede um favor, que eles vão escondidos usando as armações de concreto
do teto neutralizar a metralhadora pesada, que após isso ele tem certeza que
essa gangue se aquieta e eles podem vencê-los.
Apesar de alguns problemas com Liaam, eles conseguem atravessar escondidos, enquanto a equipe de Tanaka distrai os prisioneiros com uma chuva de balas. Eles chegam na metralhadora, que está sendo operada pelo lidera da gangue do machado, o infame Serge à la hache. O combate foi difícil e brutal, os investigadores estavam muito nervosos e o azar estava ao lado deles. Mesmo assim eles venceram Serge e seus guarda-costas. Com isso, os remanescentes da gangue se dispersam, perdendo a coragem em continuar enfrentando a equipe de Tanaka.
A
confraternização entre McGyvver, Shiro, Liaam e Tanaka e sua equipe foi
comovente. Em partícula com Shiro, Shumacker e Pachino, os cozinheiros da FTE. Tanaka
também ficou feliz em ver Shiro bem. Tanaka
explica a complexa situação da prisão.
Eichi
Tatsuke fugiu, mas deixou para trás seus informante, homens e mulheres que
arriscaram suas vidas pela FTE, eles não podem morrer.
Tanaka e
sua equipe confirmaram a existências das bombas, é possível vê-las pelas
câmeras de segurança da sala de vigilância do quartel.
Os reféns
estão todos concentrados na pátio panóptico, guardados pr remanescentes da
“Gangue do Tatsuke”, prisioneiros leais a Tatsuke que permaneceram na prisão.
Os reféns estão postos no centro, impossibilitando o acesso furtivo a eles. A
gangue é numerosa, dezenas deles, liderados pela ex-Yamaguchi-gumi Hijikawa Ichigo.
Entrar no
pátio e lutar o caminho até os reféns é possível, mas requererá um custo humano
que Tanaka não quer sofrer, já basta uma casualidade.
Porém, a
Gangue do Tatsuke tem inimigos.
Cor Van
Holt e Willem Holleeder, ex gangster motociclistas e sequestradores estão
liderando uma rebelião para tentar escapar pela saída da prisão. Negociar com
eles para que eles ajudem no assalto contra o pátio panóptico trará mais homens
e caos o bastante.
Já Pascal Payet, é um famoso ladrão de bancos e especialista em fugas de prisão. Ele com certeza conhece uma rota secreta para a o panóptico, basta negociar com ele.
Com isso,
eles tem que se decidir o que fazer agora.
Investigadores
decidiram ir até Van Holt e Holledeer – após um tensa e arriscada conversa,
eles conseguem convencer os dois a cooperarem indo atacar a gangue de Tatsuke
na Pátio Panóptico em troca de recomendações de bom comportamento, auxilio a
sufocar a rebelião e transferência para a Holanda.
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Cor Van Holt e Willem Holleeder |
Depois ele
foram atrás do Pascal Payet, o mestre de fugas que conhece toda a prisão e pode
encontrar rota alternativa para o pátio panóptico.
Mas, no
caminho, passando pela ala médica, os corredores ficaram mais negros e surreais,
a prisão pareceu mudar, as paredes ficaram negras como fuligem, e o concreto
foi substituído por tijolos. Lamúrias de mulheres podiam ser ouvidas. Sangue
começou a brotar das paredes, a ponto de encharcar o chão.
A equipe
inteira de Tanaka, Liaam e McGyver caem inconscientes, apenas Shiro e Tanaka
ficam de pé.
Uma risada sinistra,
espectral. "Conto quatro deliciosas mulheres, meu pequeno amigo
japonês" Uma voz desencarnada é ouvida.
"Quatro,
hihihihi! Isso é um verdadeiro banquete! ITADAKIMASU!" Uma voz obviamente
enlouquecida, mas vindo do fundo do corredor responde.
Se rastejando da escuridão, um pequeno Japonês
Nu, com uma faca de cortar carne e osso de cozinha aparece, sorrindo, lunático.
E se condensando à existência, uma sombria figura fantasmagórica de um homem em
antiquados trajes de médico.
Tanaka e
Shiro lutaram contra Issei Sagawa, o canibal de Paris e Marcel Petiot,
assassino serial que matou 60 mulheres no final do século 19, e foi
condenado a morte em 1946
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Issei Sagawa e Marcel Petiot |
Após lidar
com a aparição e o canibal, eles seguiram caminho até onde Pascal Payet estava.
Lá encontraram ele no atelier, tendo criado uma armadura completa feita de
coletes a prova de bala para sí e trabalhando em uma outra coisa, ele para o
maçarico de solda, tira a máscara de solda e olhando para eles com um cativante
sorriso, pergunta como pode ajudar.
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Pascal Payet |
Os investigadores sabiam que Payet era um homem violento e que realmente não quer ajuda para sair da prisão, já que ele é confidente que pode escapar por conta própria. Os investigadores atiçaram para o espírito aventureiro e violento dele, o instigando a se desafiar em conseguir abrir uma passagem para eles até a prisão panóptica. Ele não estava completamente convencido, então os investigadores tentaram a intimidação, dizendo que eles poderiam vencer dele rapidamente com os números, granadas e fuzis, mas finalmente, foi McGyver que o convenceu o ajudando a entender como ele colocaria para funcionar um sistema de polias que ele quer usar para escapar de lá. Grato, ele decidiu ajudá-los, explicando que há uma falha na parede da torre da escada sul, explodindo-a se abre uma entrada fácil para o pátio panóptico.
Os
investigadores então coordenam com Van Holt, Holledeer e Payet – o tempo é
curto e tudo tem que sair de forma perfeita. Holledeer e Van Holt atacariam
primeiro, e quando todos estivessem ocupados com eles, Payet explodiria a
parede e ele entravam.
Porém,
enquanto estavam discutindo os pormenores e se preparando, um homem
identificado como Hans Gruber os abordou.
Gruber, um terrorista conhecido, foi capturado pela
Interpol após uma tentativa de roubo na Europa. Ele foi preso como parte de um
esforço internacional para desmantelar seu grupo.
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Hans Gruber |
Gruber ofereceu informações a eles cruciais para entender melhor o que Tatsuke planeja, ele sabe que todos os políticos feitos de refém por Tatsuke estavam Lucien Clovière, Georges Fourelle e Arnaud Charbonne, todos conversavam com Tatsuke sobre negociações envolvendo drogas de farmacêuticas asiáticas. Além disso, ele ainda joga outras informações no pacote, e vai citando várias empresas nos quais esses políticos estão envolvidos de maneiras ilícitas – uma delas Inoda Coffee é propriedade de Maeda Toshiyoshi, daimyo do clã Maeda da Sociedade da Mão Esquerda. Os investigadores lembram que Boucher suspeita dos Maeda, já que a Stargazer está influenciando os Yakuza – coisa que seria o papel dos Maeda para fazer. Ele está disposto a ativar seus contatos para obter cópias de documentos comprovando o que ele diz. Em troca ele pede para ser ajudado a fugir. Ele diz que se manterá foragido apenas por 30 dias, indo se entregar novamente. Os investigadores entenderam que a data de “liberdade” que ele sugere coincide com a proximidade de seu julgamento de apelo. Os investigadores decidiram ser cuidadosos, apesar de estarem dispostos a obter essas informações, eles estão receosos de que ele esteja controlado por Tatsuke, portanto, após o combate, irão induzi-lo ao sono para que qualquer efeito de Tatsuke desapareça, se houver.
Payet
prepara os explosivos na parede defeituosa, e quando os homens de Holledeer e Van
Holt invadem, o caminho é aberto e os investigadores entram, armas disparando.
A cena está
um caos, na base da torre panóptica, estão os reféns, amarrados, vendados e
amordaçados. Bombas piroclásticas estão instaladas em pontos estratégicos no
pátio, os prisioneiros leais a Tatsuke estão em franca batalha com o bando de
prisioneiros de Holedeer e Van Holt, Payet, com sua armadura a prova de balas,
corre para o meio da batalha.
Porém, os
homens armados de Tatsuke entendem a ameaça do time de Tanaka, e se esforçam
para alvejá-los, prejudicando a entrada. Tanaka ordena Winters, Miura, Porter e
Zimmer tomarem a torre panóptica, enquanto eles avançam até a construção do
pátio – o objetivo é chegar ao segundo andar dele, onde eles avistaram Hijikawa
Ichigo – ex Yakuza dos Yamaguchi-gumi que agora lidera os prisioneiros leais a
Tatsuke.
O time sobe
sob fogo inimigo, luta seu caminho na construção até as escadarias, mas quando
finalmente chegam ao segundo andar, Tanaka ordena Faith, Peeters, Ventura,
Schumacher e Pachino defenderem o perímetro enquanto ele, McGyver, Shiro e
Ichikawa vão atrás de Ichigo, que não estava sozinho, ele estava acompanhado
com 3 perigosos prisioneiros; Grégoire “Le Fou” Martel, Mounir “Al-Jiddar”
Haddad e Émile “Aiguille” Vautrin.
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Émile “Aiguille” Vautrin, Grégoire “Le Fou” Martel e Mounir “Al-Jiddar” Haddad |
Grégoire, ex-gangster
da máfia Corsa, é um homem alto e magro nos meados de seus 40, vestindo sua
roupa prisional com rasgos e aberta para mostrar suas várias e antigas
tatuagens de facas, crânios e cruzes. Le Fou carrega uma lança improvisada
feita de um cabo de vassoura e uma barra de ferro batida e afiada. Ele ganhou o
apelido “Le Fou” (O Louco) por ser imprevisível e extremamente violento, proclamando
poemas enquanto empala seus oponentes.
Mounir é um
gigante Marroquino que já foi leão de chácara em Marseille, mas entrou para o
mundo do crime com roubos armados a bancos. O homem é gigantesco e músculoso,
conhecido por seus punhos esmagadores. O apelido, “Al-Jiddar”, significa “O
Muro”.
Émille é um
homem francês magro e maligno, se divertindo com suas tendências sádicas.
Inicialmente um ladrão de carteiras, se tornou lutador de facas e foi preso
depois de múltiplos assassinatos quando entendeu que era mais fácil tomar as
carteiras de pessoas mortas. Seu apelido “Aiguille” (Agulha) se deve ao fato
dele usar grandes agulhas como armas de arremesso.
E
finalmente Hijikawa Ichigo, um gigante japonês com o corpo musculoso e tatuado.
Ele era tenente dos Yamaguchi-gumi quando se tornou representante de seu clã
para “assuntos internacionais”. Cinco anos atrás ele foi preso em uma emboscada
policial na França, Tatsuke o convenceu de que ele foi denunciado pelo próprio
clã.
Não havia
espaço para negociação, então tem-se início o combate.
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Hijikawa Ichigo |
Ichikawa e
alguns prisioneiros foram cuidados, os reféns foram libertos, não sem antes
terem o cuidado de verificar se eles estavam controlados ou não, restava agora
sair de lá sem fazer o Chacal explodir as bombas.
O túnel do
café era impossível, pois era longo e apertado para tanta gente, a melhor ideia
era arriscar a entrada frontal e torcer para que o Chacal demorasse para
entender o que acontecia.
Surpreendentemente,
Holeeder e Van Holt vieram com a ideia combinar com o comandante de campo de
GIGIN Yves e fingri uma fuga da prisão pela frente, usando a confusão para
fazer os investigadores e os reféns saírem.
Deu certo,
tarde demais as bombas foram detonadas, explodindo o pátio panóptico, a guarita
da prisão e o quartel, A GIGIN colaborou para que os reféns saíssem e apenas
alguns reféns foram levemente feridos com os detritos da explosão.
Tanaka
reitera aos prisioneiros que vai cumprir sua palavra, e fala para Yves
Archembeau que aqueles prisioneiros que o ajudaram na saída e outros dentro os
ajudaram na contenção da revolta dentro da prisão.
Archembeau
aproveitou para falar algo que o pertuba. Ele revela que De La Cour, seu
comandante e um alto oficial da polícia parisiense, está agindo de maneira
estranha e contra o seu caráter, o que levanta suspeitas de que ele está sob a
influência de Tatsuke. De La Cour mandou que Archambeau capturasse ou
eliminasse os agentes da Stargazer, mas o comandante, reconhecendo o perigo da
situação, se recusou. Archambeau também confirma que De La Cour esteve em uma
reunião com outros chefes de polícia e autoridades de Paris, incluindo o
diretor da prisão de La Santé. A suspeita é que Tatsuke usou seu poder psíquico
para controlar essas figuras-chave, garantindo proteção e facilitação em sua
fuga.
Após falar
isso, Archembeau os avisou que se eles quiserem mesmo capturar Tatsuke, que
eles saibam que o trabalho será bastante difícil, porque toda a polícia
parisense, em especial a GIGN está atrás deles.
Após a
descoberta assustadora, eles questionam os reféns.
Primeiramente
eles falavam com os contatos de Tanaka que eram Philippe Beaulieu - Diretor da Prisão La Santé,
Sophie Durand - Enfermeira Chefe da Prisão, Arnaud Lefevre - Oficial de
Segurança da Prisão, Henri Morel - Chefe de Manutenção, Camille Fournier -
Funcionária Administrativa. Eles contribuíram desenhando um perfil de Tatsuke
para eles, explicando que ele é um homem de grande magnetismo, muito
carismático além do poder sobrenatural de “entrar em sua cabeça”. Mas ele é
muito vaidoso e orgulhoso, de maneira nenhuma ele iria se comportar como um
foragido, nunca que ele iria sair do país em um compartimento de carga ou
porta-malas, por exemplo. Eles apostam que ele irá sair confortavelmente, em
primeira classe se possível, de avião, trem ou navio. Eles também creem que
Tatsuke provavelmente vai fazer “turismo” pela cidade, tão confiante ele é. Mas
isso não apaga seu brilhantismo.
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Esquerda para direita, de cima abaixo: Arnaud Lefreve, Henri Morel, Camile Fournier, Philippe Beaulieu e Sophie Durant |
Beaulieu fala
como foi a última reunião que teve com Tatsuke, ele conversou com ele e outros
oficiais da polícia, incluindo de La Cour, como se fosse um amigo, mandando a
eles não o perseguirem e distribuindo fichas dos agentes da INTERPOL sobe
superintendências de Lacroix (Boucher, Lacroix, Gunwoo, Tanaka, Perez) e
dizendo que eles devem ser capturados ou mortos. Descreveu também algumas pessoas que podem
estar junto aos agentes que ele quer capturado “que depois ele vem pegar” que
são Mari, Sanji, Charlotte e Yori Takeyo – desses, o único que ele tinha
registro era Yori.
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Émile Roche |
Depois foi a hora de conversar com os agentes da INTERPOL presos que eram - Émile Roche - Investigador veterano especializado em crimes financeiros, Nadia Belkacem - Perita em operações de campo e infiltração, e Viktor Ivanenko - Analista e estrategista.
Acabou que
esses agentes não só eram amigáveis como todos eles trabalham secretamente para
a STARGAZER, a perda deles seria um golpe que cegaria a Força Tarefa totalmente
na Europa.
Eles falam sobre o que sabem sobre Tatsuke, inclusive dão um pedaço de informação que eles analisaram sobre o modo de operação dele baseado em testemunhas cruzadas de prisioneiros e dos estudantes do Dojo Akikai – Tatsuke gosta de plantar falsas pistas ou obstáculos que servem para despistar seus inimigos. Para o senhor Akikai, usou sua filha para forçar sua aceitação no dojo, para os agentes da prisão, Tatsuke usou problemas pessoais, e para prisioneiros, usou ameaças imediatas, como risco de solitária ou ataque noturno. Portanto, cuidado em lidar com os obstáculos, podem ter sido cuidadosamente colocados apenas para atrasar. O interessante foi como eles disseram que foram presos, justamente quando eles estavam investigando os acontecimentos da Polônia e a sua ligação com Hugal Bernstein, que tem aparentemente um projeto separatista em território polonês que ele chama de “Projeto Darklonia”. Bernstein também recebeu em sua mansão o Superintedente da INTERPOL Henri Orlik, que eles suspeitam fortemente ser um dos principais sabotadores da Stargazer na Interpol Francesa.
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Nadia Belkacem |
Quando eles
estavam envolvidos, Belkacem foi atraída em uma falsa oportunidade de
questionar Tatsuke e ajudar a Força Tarefa, era uma armadilha e ela acabou
levando seus aliados Émile Roche e Viktor Ivanenko a cair nela. Manter eles não
comprometidos é mais um motivo para a captura de Tatsuke, pois eles acreditam
que Tatsuke irá usar a identidade deles e os negócios fechados com os políticos
Charbonne, Forelle e Clóviere como moeda de troca para ser reintegrado ao
Exército da Vingança.
Eles também
acreditam que Tatsuke tenha criado uma célula do Exército da Vingança na
Europa, ou algo pior envolvendo a volta da Red Shadows.
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Viktor Ivanenko |
Finalmente, os investigadores interrogam os políticos. Eles começaram pelo menos importante deles, o deputado e líder do comitê de saúde pública Lúcien Clóviere.
Lucién Clóviere
tentava o tempo todo se fazer de desentendido e dizer que o que fez, fez pela
saúde do país e que foi manipulado. Mas quando ele começou a entrar em
contradição e os investigadores o intimidaram, ele se desesperou e acabou
confessando que ele fez um acordo com Tatsuke de encobrir a entrada da
Stardust através de "programas experimentais" nas áreas de saúde
pública, aproveitando seu comitê para legalizar pequenos lotes da droga. Sua
máscara de "progresso social" o torna ainda mais detestável. Os
investigadores apertaram ainda mais e ele e no desespero acabou falando de
Charbonne. “É com ele que vocês têm que se preocupar! No acordo ele vai usar o
ministério para facilitar a entrada das drogas!”
Com isso, ele foram falar com o segundo político, Georges
Fourelle, secretário geral do ministério do interior.
Fourelle vivia tentando desviar o assunto para sua mulher
ou se esconder atrás dela. Bernadine Fournier Fourelle, é uma popular e famosa
socialite parisiense e patrocinadora da UNICEF, tendo emprestado seu rosto e
influência para ajudar crianças em zonas de conflito mundo afora.
Mas os investigadores acabaram intimidando-o a dizer.
Fourelle usaria sua posição para manipular os serviços de segurança, garantindo
que as operações da Star Corp não sejam perturbadas pela polícia local. Também
vendeu informações privilegiadas para Tatsuke, atuando como intermediário.
Finalmente
eles chegam em Arnaud Charbonne, ministro da Indústria e Comércio.
Charbonne, sabendo que já havia sido desmascarado por Clóviere
foi direto ao ponto. Ele disse que sim, seu papel era facilitar a entrada da
droga Stardust sob o pretexto de estimular "acordos comerciais
internacionais" com a Ásia. Ele se demonstrou muito convencido de que nada
de mal aconteceria com sua carreira, inclusive certo de que voltaria em breve
aos seus afazeres após sair da delegacia. Onde ele faria o seu possível para se
vingar de Tatsuke.
Tanaka e sua equipe decidiram primeiro lidar com o obstáculo
da polícia, pois com a polícia atrás deles seria muito mais difícil concluir a
missão. Além disso, como de La Cour está agindo contra sua índole, significa
que Tatsuke falou com ele recentemente, então o comandante da GIGN pode ter
mais pistas sobre o paradeiros de Tatsuke.
Tanaka cumpre sua promessa e libera Hans Gruber, em
contrapartida Hans cumpre a sua e anota para ele um código dos endereços dos
escritórios de seus contatos dizendo “Se vocês forem tão bons quanto parecem,
decifrar esse código não será problema. Boa caçada, e se forem para atirar em
Tatsuke, deem um segundo tiro por mim.” Desaparecendo em seguida na confusão.
Tanaka ordenou Agente Pachino em seguir os políticos e
presos para recolher os depoimentos e manter um olho neles. Charbonne os
assegurou que “não deixaria nada acontecer com Pachino.”
Yves Archembeau havia evacuado os feridos e organizado a
GIGN para tentar encontrar o Chacal. Dando a chance dos investigadores
“desaparecerem.” E foi isso que eles fizeram.
Rosny-sous-Bois — Infiltração ao Quartel da Gendarmerie
Ali, deixaram Keitaro Ichikawa, ferido demais para
prosseguir. Ele aceitou o papel de sentinela do improviso, enquanto o restante
do grupo mergulhava em um plano de precisão cirúrgica.
Com os mapas e esquemas do forte fornecidos por Hiyata
Mamoru — que havia cavado cada byte de dados das entranhas dos sistemas de
vigilância franceses — e as instruções de infiltração e discurso preparadas por
Amélie Boucher, os investigadores delinearam o plano: Tanaka e sua equipe
fariam o barulho, atraindo a GIGN como moscas à luz, enquanto McGyver, Shiro e
Liaam Peeters mergulhariam nas sombras.
Às 18h30, duas horas e meia do prazo já haviam escorrido
pela ampulheta. Ao chegarem ao bairro Rosny-sous-Bois, o clima era tenso.
Barreiras da GIGN surgiam entre esquinas comuns e fachadas de concreto. Sirenes
estalavam ao longe. Eles se dividiram como peças de um xadrez sujo.
Tanaka e os seus entraram em movimento, encenando uma distração convincente — um tumulto o suficiente para fazer as rádios crepitarem nos cintos dos policiais e os olhos se voltarem para longe do verdadeiro alvo.
Enquanto isso, os três infiltradores se moviam como
sombras vivas, atravessando telhados baixos e becos em silêncio mortal.
Chegaram ao pátio do quartel, onde dois gendarmes a cavalo patrulhavam em
círculos preguiçosos. Mas os cavalos não foram tão complacentes: farejaram o
cheiro do medo, ou talvez o som da tensão — e relincharam.
Antes que os policiais entendessem o que havia despertado os
animais, os agentes já estavam dentro — uma janela de banheiro se abriu
como um suspiro do destino, e eles deslizaram para dentro como fantasmas
urbanos.
Por dentro, o forte fervilhava de vozes e movimento, graças
à distração de Tanaka. Aproveitando o caos, McGyver e os outros atravessaram
corredores e salas vazias com uma coreografia ensaiada de espionagem e
sangue-frio.
Chegaram ao corredor do comandante. A porta blindada do
escritório de Jean De La Cour estava protegida por dois agentes da GIGN
— rígidos, armados e atentos como cães de guerra.
Foi quando Shiro decidiu que era hora de agir.
Ele deslizou pelas sombras, suas pisadas tão leves quanto o vento da noite. Então, como um raio contido por tempo demais, desferiu seu "Spinning Hachi" — uma tempestade de chutes precisos que varreu os dois guardas ao chão, abrindo a porta com uma explosão de madeira e metal retorcido.
O caminho para De La Cour estava aberto. O tempo, no entanto, estava se esgotando.
O gabinete do comandante Jean De La Cour era austero como uma cela de punição — cinza, blindado e cruelmente funcional. Painéis de concreto e aço formavam as paredes. Um monitor transmitia em tempo real o tiroteio orquestrado por Tanaka nas ruas abaixo. O vídeo tremia com as rajadas de fuzis automáticos e os gritos dos rádios.
De La Cour, vestido em um traje tático impecável, bradava
ordens furiosas ao telefone, enquanto seus olhos de predador vasculhavam as
imagens.
— “Incompetentes! Eles estão aqui!” — rugiu ele, largando o fone e puxando o coldre com fúria. Um FAMAS descansava ao lado de sua mesa, agora já em suas mãos. O comandante estava pronto para morrer — ou matar.
Mas Shiro já atravessava a sala como um raio contido,
agarrando uma poltrona de couro pesada, usada como escudo improvisado contra os
disparos furiosos dos dois agentes da GIGN que guardavam o gabinete.
Do lado de fora, McGyver e Peeters se moviam com precisão
tática. Peeters manteve fogo de cobertura no corredor, trocando rajadas com
os soldados franceses, enquanto McGyver, com sua calma letal, desarmava um dos
guardas em silêncio e o deixava inconsciente no chão frio do corredor.
Uma bomba de fumaça estalou dentro do gabinete com um
chiado agudo e logo tudo foi engolido em névoa cinza. Os agentes dentro da sala
cambalearam, desorientados, enquanto tentavam flanquear algo que já não viam.
Mas De La Cour, astuto como sempre, conhecia bem os truques dos fantasmas e gritou
pela fumaça a posição aproximada de Shiro.
No corredor, reforços surgiram. Mais botas, mais fuzis. Peeters
foi alvejado — um disparo certeiro o derrubou como uma marionete com os fios
cortados. Ele tombou contra a porta, sem conseguir entrar. O sangue manchou
a madeira.
Mesmo ferido, Peeters não cedeu. Cambaleou, rastejou... até
o globo antigo no canto do gabinete, onde um dos GIGN tentava se esconder. Com
um rosnado contido, Peeters levantou seu fuzil e o derrubou com uma única
coronhada brutal.
Dentro do gabinete, o caos se condensava em algo quase
coreografado. Shiro emergiu da fumaça como um espectro, atacando De La Cour
com fúria contida. O comandante bloqueou o golpe por pouco — mas já sentia o
cerco se fechar.
Foi então que McGyver saltou sobre a mesa de vidro, lançando-se
como um leopardo, agarrando De La Cour pelo coldre. Os dois caíram em um
rolar de socos, cotoveladas e tentativas desesperadas de controle. Mas De La
Cour era uma serpente: escorregadio, preciso e cruel. Escapou da pegada
de McGyver, levantando-se com os olhos inflamados de raiva.
Os soldados da GIGN partiram para o corpo a corpo,
abandonando os tiros, cientes da curta distância. Punhos colidiram com
costelas. Chutes ricochetearam contra paredes.
Mas os investigadores estavam ali por um motivo.
Shiro acertou um soco brutal no maxilar de De La Cour,
empurrando-o direto para os braços de McGyver. O americano girou o quadril,
travou o movimento e cravou uma joelhada seca no esterno do comandante,
que caiu com um baque surdo contra o piso.
Tudo silenciou. Por um momento, até a fumaça pareceu parar
no ar.
Mas o tempo se esgotara.
Rodeados. Sem saída.
Os soldados da GIGN invadiram o gabinete com armas erguidas,
e os três agentes — Shiro, McGyver e Peeters, ensanguentado mas em pé —
ergueram as mãos. O momento heróico se desfez em algemas frias e ordens
bruscas.
A cela do quartel os esperava.
Mas o verdadeiro inimigo ainda estava solto.
E o relógio não parava de correr.
Quartel da Gendarmerie Rosny-sous-Bois – Cela 03
20:00h
A cela era simples — fria, úmida e sem personalidade. O
tipo de lugar que não pedia nada, nem mesmo esperança. Lá dentro, o tempo
escorria como sangue coagulado, lento e espesso. Shiro mantinha-se de olhos
fechados, controlando a respiração. Peeters pressionava o ferimento na lateral
do abdômen, dentes cerrados. McGyver brincava com um botão solto da camisa, mas
seus olhos não saíam da porta. Eles esperaram por quase uma hora. Longa
demais para quem tem um mundo por salvar.
Então, ele apareceu.
Jean De La Cour, comandante da GIGN, atravessou a porta com
passos duros. O rosto carregava hematomas recentes — um lado da mandíbula
inchado, um pequeno corte acima da sobrancelha direita. Mas o orgulho... o
orgulho parecia ter levado a pior pancada. E ainda sangrava por dentro.
Ele dispensou os guardas com um gesto curto. Entrou
sozinho. A cela se fechou atrás dele com um ruído pesado, seco como uma
sentença de morte.
Silêncio.
Então, De La Cour esfregou as têmporas. Um suor frio
percorria suas têneis, apesar da noite amena. Seu olhar, por um instante,
perdeu o foco... como se ainda houvesse algo de estrangeiro dentro de sua
mente. Algo que não era dele.
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Jean de La Cour |
Mas logo voltou. Com uma sombra nos olhos que os soldados
reconhecem — a de quem viu o próprio reflexo ser usado como arma.
— Enquanto ele... estava dentro da minha cabeça... —
começou, a voz arranhada e amarga — o maldito se gabava. Disse que precisava
"resolver umas pendências pela cidade", o que quer que isso
signifique. E depois... falou que sairia de Paris "como um rei". De
primeira classe pelo Charles de Gaulle. Ou num transatlântico do Porto de
Calais.
Ele caminhou lentamente até a grade, se apoiando com um
leve gemido. O olhar encontrou o de McGyver. Sério. Indefinido.
— Mas por que diabos ele me diria isso? Foi...
teatral. Quase como se ele quisesse que eu me lembrasse. Arrogância? Ou
parte do truque? — o olhar vacilou por um segundo, e então voltou mais frio
— Talvez quisesse nos fazer perder tempo. Talvez quisesse nos dividir. Mas
não consigo imaginar outro caminho, exceto os que ele ofereceu. A não ser que
vocês tenham...
Ele parou.
— ...um ás na manga. E se tiverem — agora é a hora.
Porque, se não tiverem, ele já se foi. E o que nos resta é só o rastro
no asfalto.
De La Cour deu um passo atrás. A voz baixou, mais humana do
que nunca.
— Sou um soldado. Combato o que entendo. Mas esse
homem... Tatsuke... ele é um enigma. E envenenou tudo — minha mente, meu
comando, minha cidade. — Ele fechou os olhos por um instante. Quando os
abriu, havia verdade neles. E peso.
— Vocês, quem quer que realmente sejam... parecem
preparados para ele. E por isso, desejo algo que raramente ofereço. Boa
sorte. Porque se esse lunático espalhar drogas por Paris, pela França...
pelo mundo? — Ele engoliu seco. — Não consigo viver comigo mesmo.
Silêncio.
Ele estendeu a mão, não para apertar, mas para devolver os
pertences deles — documentos falsos, armas, rádios e as chaves da cela. Com um
gesto quase reverente, ativou o botão de liberação.
— Os mandados contra Tanaka e seu grupo foram suspensos.
Mas cuidado: seus inimigos na INTERPOL francesa ou na DSGE podem reativá-los
a qualquer momento. A guerra não acabou. Só virou de lado.
Antes de sair, ele se deteve uma última vez.
— E há outra coisa. Um dos detentos que fugiu de La
Santé. Antonin Pareno. Ex-comandante, agora terrorista. Perigoso demais
para andar solto. Meus informantes dizem que ele tenta fugir para o Marrocos. Tenho
gente no rastro, mas preciso de vocês. A oferta fica de pé... até a
meia-noite.
Ele os olhou com sinceridade dura. Um comandante que perdeu
o controle — mas recuperou o juízo.
— Aceitem uma escolta da GIGN. Levo vocês para onde
quiserem, sem interferências. Pelo menos, por agora.
Quando Jean De La Cour deixou a cela, havia mais do que
respeito no ar — havia um pacto tácito. De homens e mulheres que já
estiveram à beira, e que escolheram o lado certo da queda.
Pouco depois, os três se reencontraram com Tanaka e sua
equipe — aliviados, mas marcados. Ninguém havia caído. Mas todos carregavam
algo que não estava lá antes.
O relógio marcava 20h00.
Metade do tempo se fora.
E o verdadeiro jogo acabava de começar.
20:00 - Restaurant cuisine Maison –
Os três Espiões.
Como prometido, De La Cour mandou um destacamento da GIGN para escoltá-los para o próximo local, mas onde eles iriam?
De La Cour avisou que o próprio Tatsuke o disse que saíria
em um transatlântico pelo porto de Calais, ou na primeira classe em um voo no
aeroporto Charles De Gaulle. Mas não eram boas opções dados que foram entregues
pelo próprio Tatsuke, as chances de serem uma armadilha eram enormes.
Haviam outras duas opções, os espiões Tomas Toussant, Eliza
Benchetrit e Hugo Merlot da inteligência Francesa clamam querer ajudar, em nome
da “boa luta” de Amélie Boucher.
A segunda é o misterioso contato de Boucher, Charles
Mercier, mas Louve deixou claro que ele deveria ser usado apenas em
emergências, pois, se exposto, ele poderia correr risco de vida e pode ser que
nem queira cooperar.
Não querendo
prejudicar a colega e não querendo cair em uma óbvia armadilha, Tanaka decidiu
ir até a reunião do trio de espiões, mas não sem antes consultar Mamoru e
Boucher.
- Saru (o codinome
de Mamoru), aqui é Banken (codinome de Tanaka).
- Saru na escuta,
que manda, chefe!
- Preciso de
informações sobre as seguintes pessoas – Agente da DSGE Eliza Benchetrit,
agente da DSGE Tomas Toussant, agente da DSGE Hugo Merlot.
Mamoru não hesitou.
- Demorô, irmão! Já
tá na mão! Eliza Benchetrit, nascida em 14 de Fevereiro de 1946, 18 anos de
serviço secreto, mas com 7 anos servidos no Exército, fazendo 25 anos de
serviço militar, sempre preferiu serviço de campo, a bicha é perigosa!
Tomas Toussant,
nascido em 03 de Abril de 1956 entrou na Gendermarie aos 18, aos 20 estava como
oficial da GIGN e aos 22 entrou na inteligência Francesa, também um homem de
ação com muita experiência no bolso.
Já Hugo Merlot, ou
melhor – Tenente Hugo Merlot tem 27 anos, formado como tenente na Academia
Militar de Paris e com dois anos trabalhando na DSGE, apesar de novo ele é um
monstro de forte, faz supino de recorde militar de 180kg, hoje deve estar
levantando bem mais!
Imediatamente a voz
de Boucher preenche o radio de forma urgente.
- Banken, aqui é
Louve (codinome de Amélie Boucher...
- Iria exatamente
lhe chamar, Louve.
- Oui,
desses três, trabalhei com Eliza e Tomás por cinco anos e lhes digo uma coisa –
eles estão há muito tempo imersos em um ambiente que transforma pessoas em
monstros, eles podem até acreditar que lutam pelo “bem” ou pelo “certo”, mas,
para eles, é tudo um jogo, tudo que eles querem é “vencer” dos três reis, eles
não se importam realmente para o que é certo e suas mãos devem estar
encharcadas de sangue inocente.... É possível inclusive que seja uma armadilha,
uma forma de capturar sua equipe antes de Leclerc para “vencer” dele, estejam
avisados.
- Entendido, eles
disseram o local da reunião – “Restaurant cuisine maison - Cuisine arabe et
française”, que pode nos dizer?
- Hmm, isso é bom
sinal, o dono deste restaurante e meu contato, Monsenhor Mansur, coração no
lugar certo, o fato dele confiar nos três é bom sinal, mas não baixem a guarda!
Eles já traíram aliados por menos! Estou neste momento desenhando um mapa do
restaurante, aguardem....
Boucher envia um
fax com um desenho em guardanapo da planta do restaurante, em seguida explica:
- A commune Gote D’Or
é bem discreta, de maioria muçulmana, reparem que há duas saídas, a da frente e
fundos. A dos fundos é só usada pela equipe do restaurante e da lavanderia “Blanchisserie
San Gennaro” – As roupas são penduradas no teto para secar e a sombra delas
conserva as verduras do restaurante frescas. – Se houver qualquer outra pessoa
que não desses dois estabelecimentos, mesmo que sejam civis, é armadilha, podem
sair. Poste duas pessoas com veículos independentes de fuga rápida na frente e
o restante com um furgão atrás. Entre você e apenas mais dois e exijam a mesa
dos fundos. Reconheçam as redondezas antes de entrar, suspeitem de qualquer
sedan Citroën do ano ou de até dois anos na área.
Com isso, os
investigadores se dirigiram até o local de encontro, sendo escoltados pela
GIGN, o que dissuadiu qualquer tentativa de emboscada.
Ao chegarem no
local, Tanaka destacou Shiro para verificar os fundos do restaurante e Laura
Faith para checar a frente.
Shiro verificou que
tudo que Boucher disse sobre os fundos estava correto, com exceção de um
exaustor, provavelmente fruto de um novo refrigerador do restaurante, lá ele
presenciou uma lavandeira da lavanderia combinando um cinema com um cozinheiro
do restaurante, e o cozinheiro reclamava de “Três clientes que não pediram nada
ainda.” Só podia ser os três espiões. Ao
voltar para Tanaka, Shiro descobriu que Laura e Ohm também não haviam pegado
nada de suspeito, apenas um senhorzinho bêbado e um sedã Citröen, porém o mesmo
que os Eliza, Hugo e Tomas foram vistos dentro mais cedo.
Tanaka resolveu
tomar o risco e escalou MacGyver e Shiro para entrar com ele, dividindo o
restante como instruído por Boucher.
Dentro do
Restaurante Cuisine Maison,
a tensão ainda os envolvia, mas logo a atmosfera começou a mudar. A decoração
era simples, mas de bom gosto, uma mistura harmoniosa entre o requinte
parisiense e o calor da cultura marroquina. O local tinha um charme discreto,
como se fosse um refúgio secreto, escondido dos olhos curiosos.
Ao fundo, um senhor
os observou por um momento antes de se aproximar. Ele gesticulou para o
mais jovem dos garçons que, prontamente, correu para recebê-los.
— “Bem-vindos ao
Cuisine Maison, por favor, sigam-me até a mesa.” O garoto disse com
simpatia.
Ao seguir pelo
salão, os olhos de Tanaka, Shiro e MacGyver logo se
fixaram na mesa indicada por Boucher. Os três espiões já estavam lá, esperando
— um bom sinal. O lugar estava tranquilo demais, como se tudo estivesse
sob controle.
— “Estamos com
aqueles três.” Shiro disse, seu sotaque leve escapando na frase. O garçom
olhou para ele, os olhos arregalados por um segundo, como se tivesse acabado de
perceber algo importante.
— “Então... era
vocês que eles estavam esperando! Por favor, sigam-me.” O garçom disse, com
um tom mais formal, mas ainda amigável.
O caminho parecia
mais leve agora. Quando chegaram à mesa, o ambiente não estava mais tenso,
embora o peso da situação ainda estivesse no ar. Tomas, ao vê-los,
levantou-se com um sorriso fácil, convidando-os a se sentar.
— “Finalmente!
Estávamos quase morrendo de fome!” Hugo, sempre com um humor
expansivo, disse, fazendo todos rirem um pouco. Ele parecia genuinamente
aliviado por algo tão simples quanto uma refeição.
— “Você come
demais, garoto!” Eliza comentou, sua voz levemente divertida. “O
que você vai querer?”
— “Tudo o que
vocês pedirem, em dobro.” Hugo respondeu prontamente, o que causou
mais risadas.
Eliza fez uma pausa, olhando para o cardápio.
— “Bem, vou
querer salada e couscous, acho que Tomas vai querer o kebab de sempre.” Ela
disse, quebrando o gelo com sua leveza.
— “Kebab,
batatas e repolho.” Tomas corrigiu, com um tom seco, mas ainda
amigável.
Então, Shiro,
com um olhar curioso, fez uma pergunta inesperada:
— “Será que
posso cozinhar aqui?”
Eliza, Hugo e Tomas o olharam por
um momento, como se ele tivesse acabado de dizer que veio de Marte.
— “O garoto
cozinha muito bem.” Tanaka interveio, rindo levemente para suavizar o
momento.
— “Tanaka foi
bem modesto na afirmação.” MacGyver completou, com um sorriso
divertido.
Eliza sorriu, curiosa.
— “Bem, acho que
o lugar vai precisar de algo mais do que kebab.” Ela disse, ainda sorrindo
e mandando o jovem garçom chamar o Monsenhor Mansur, como se tudo fosse
parte do espetáculo.
A tensão que antes
parecia dominar a sala agora se dissipava lentamente, como se cada palavra
fosse uma chave, desbloqueando o que parecia ser uma conversa tranquila. O
jogo, por ora, estava em pausa.
Quando Monsenhor
Mansur entrou na sala, seu olhar cruzou rapidamente com Eliza, que o
recebeu com um sorriso amável, mas com a cautela que sempre marcava suas
interações.
— “Monsenhor
Mansur, este garoto sabe cozinhar. Seria possível ele usar sua cozinha?” –
Eliza falou com suavidade, mas também com uma pontada de informalidade, como
quem pede um favor pequeno e simples.
O olhar de Mansur
se fixou em Shiro, estudando-o por um momento, antes de esboçar um
sorriso caloroso, como se a ideia o divertisse.
— “Se Madame
Benchetrit quiser, pode ser feito!” – respondeu ele com uma risada abafada,
como se já conhecesse o temperamento da espiã e soubesse que, uma vez que a
decisão fosse tomada, ela seria definitiva.
Eliza, suavizando a
voz, fez um aceno para o garçom.
— “Bom, então
pode dispensar seu rapaz e ir para casa.”
Houve uma pausa de
dois segundos antes que Mansur respondesse, seu semblante mantendo uma
compostura simpática, mas com um toque de respeito.
— “Como quiser,
Madame! Meu restaurante é de vocês pelo resto da noite. A chave está onde
sempre coloco, tenha a bondade de deixar tudo em ordem e fechar quando
terminarem, sim?”
Eliza, com um
sorriso sincero, respondeu suavemente.
— “Claro,
Monsenhor, não faria diferente.”
Mansur fez uma
mesura elegante antes de se retirar, deixando o restaurante sob o comando dos
agentes e espiões.
Enquanto isso, Tomas
suspirou, esticando-se e olhando para todos à mesa.
— “Parece que
nossa reunião será na cozinha.” – disse ele, soltando um sorriso cansado,
mas ainda com aquele tom leve que sempre exibia nas situações mais tensas.
Hugo, visivelmente faminto, não podia esconder o
quanto a fome estava tomando conta dele. Seus olhos estavam fixos no cardápio
com a intensidade de alguém que já estava vendo aquele menu como um prato da
última ceia.
— “Meu cérebro
está esfumaçando... preciso de calorias antes de virar um vegetal.” – Hugo
disse, com um tom ruborizado e esfregando o estômago roncando de fome.
MacGyver, que já passara por sua própria luta com a
fome, não perdeu a chance de brincar.
— “Eu já estava
começando a acreditar que minha fome era a razão de eu estar aqui e não a
missão.” – ele fez uma pausa e olhou para Tanaka com uma risada de
canto. “Vamos pedir a comida antes de perdermos a paciência... e o
raciocínio.”
Tanaka, observando a fome voraz de seus
companheiros, considerou a situação com seriedade, mas sem deixar de ser
pragmático.
— “Os rapazes lá
fora também devem estar com fome. Mas, sim, vamos comer, antes que todos nos
digam que estamos 'devorando' a missão também.” – ele declarou
sensivelmente, lançando um olhar de entendimento aos três espiões.
Para Eliza, Tomas e
Hugo, sua fala casual foi um aviso claro:
“Ainda não
confiamos em vocês, não viemos sozinhos. Há mais gente da Stargazer lá fora. “
Tomas, entendendo a mensagem de Tanaka, riu
baixo, mas ainda mantendo um tom de leveza.
— “Eliza tem um
apetite de passarinho... exceto quando se trata de comida árabe!”
Eliza, com a agilidade de sempre, lançou um olhar
afiado para Tomas, antes de dar-lhe um beliscão firme no ombro. O gesto
fez Tomas se contorcer, soltando uma careta genuína de dor.
— “Você tem uma
língua afiada, Tomas. Isso deve ser o que a falta de carboidratos faz com a
gente!” – Eliza riu, mas seus olhos estavam atentos, sempre vigilantes,
ainda que o clima estivesse mais relaxado agora. A tensão começava a ceder, mas
todos sabiam que ela ainda estava ali, apenas disfarçada de uma brincadeira
leve.
Com o ambiente mais
descontraído, Shiro se dirigiu à cozinha, onde mostrou sua habilidade
com os utensílios. Seu jeito parecia o de um chef veterano, e, de fato, ele era
mais do que capaz. Mas logo, as piadas começaram a escapar.
— “Esse prato vai ficar de kebabar, entenderam? Kebab... Babar... hehehe.”
Tomas deu uma risadinha nervosa, tentando
decifrar a piada sem sucesso. Shiro desconversou:
— “Juro que é
mais engraçado em Japonês”
Tanaka negou
balançando a cabeça.
Já MacGyver
bufou, uma expressão de resignação tomando conta dele.
— “Se isso for
um ‘soco de piada’, estamos todos no chão.” – MacGyver disse, com um
sorriso meio cansado, enquanto pegava os utensílios para ajudar.
Tanaka, com os braços cruzados, observava o
movimento da cozinha, mas não conseguia esconder o sorriso discreto no rosto.
— “O garoto
cozinha bem... mas as piadas, bem... isso é uma batalha à parte.” – Tanaka
comentou, com um tom brincalhão, mas ainda cauteloso, como se estivesse
preparado para qualquer coisa que acontecesse ali.
Eliza, mais relaxada, observou o movimento de Shiro
com um olhar curioso e divertido.
— “Isso me
parece interessante. Se as piadas não matarem, a comida vai fazer o trabalho.”
Shiro, agora mais
concentrado e menos preocupado com suas piadas, continuava a cozinhar com a
paixão e a habilidade que o definem, imerso no trabalho. A tensão que antes
pairava sobre todos começava a desaparecer, e o grupo se via mais unido do que
nunca, ainda que a missão estivesse longe de ser concluída.
As risadas, os
trocadilhos de Shiro e os comentários rápidos davam um alívio necessário, uma
pausa momentânea na pressão. No fim das contas, o vínculo entre os membros da
Stargazer e seus aliados parecia mais forte do que qualquer desafio à frente.
No meio da cozinha,
entre risos e movimentações apressadas, o tempo passava rápido, e a missão
seguia seu curso — mas agora, pelo menos, com um toque de humanidade, tão
necessário quanto a comida que logo seria servida.
Restaurant Cuisine
Maison – O Coração da Confissão
Enquanto os pratos
eram consumidos com calma, a tensão da missão foi gradualmente substituída pela
necessidade de encarar uma verdade inegável. Tomas pousou os talheres
com cuidado, limpando os lábios com o guardanapo antes de falar, sua voz séria,
mas marcada por uma certa fatiga.
— “Vocês trabalham
com Méli, então devem entender o impacto transformador que ela foi, certo?
Posso falar por Benchetrit também. Ela abriu o caminho que tentamos seguir, mas
sem ela... as coisas têm ficado cada vez mais difíceis.”
Merlot e Benchetrit assentiram
silenciosamente, suas expressões refletindo o peso das palavras de Tomas. A
tensão na mesa aumentou.
— “Estamos
cansados... fartos de sujarmos nossas mãos fazendo o trabalho sujo de Leclerc.
Tentamos enfrentá-lo, mas a verdade é que...” — Eliza hesitou, o olhar
distante por um momento. — “...não temos a sagacidade que Boucher tinha. Ela
tinha o talento de navegar por esses jogos, de enfrentar o próprio Leclerc e ao
mesmo tempo corromper seu poder. Não estou dizendo que somos incompetentes, mas
Leclerc ficou ainda mais diabólico. Boucher... ela construiu uma rede inteira
de aliados e truques para frustrá-lo. Nós não tivemos essa visão, não tivemos
essa capacidade.”
Eliza mordeu o
lábio inferior, o desconforto evidente em seu rosto, como se admitir a visão da
sua antiga colega fosse algo quase doloroso demais.
— “Para continuar
nossa luta, manter o legado de Méli vivo, temos que vender uma parte de nossas
almas. Estamos nos afundando cada vez mais em missões que... que não podemos
mais justificar. Mas é o preço para continuar na luta. Sujamos nossas mãos com
coisas ainda mais sujas, e isso está nos consumindo.” – Tomas completou,
seus olhos caindo para suas mãos, como se esperasse ver as manchas de sangue.
Merlot, com um tom amargo, se adiantou:
— “Estou há apenas
dois anos nisso. Leclerc me pediu para expulsar uma refugiada somali do país,
uma mulher grávida, só porque um senhor de guerra de lá pagou por ela. Recusei.
Não ia obrigar uma mulher grávida a morrer por causa disso. Mas ele ameaçou minha
família... Quem diabos ameaça a família do próprio colega de trabalho? Que tipo
de monstro é esse?”
O silêncio se
arrastou pela mesa. Tanaka cerrou os olhos, observando os três espiões à
sua frente. Havia uma sinceridade palpável, mas, ao mesmo tempo, algo muito
teatral nisso tudo. O peso emocional parecia pesado demais, mais uma tentativa
de fazer o interlocutor sentir empatia.
Shiro, sempre o mais irreverente, tentou aliviar
o clima com um trocadilho infame, mas sua piada soou forçada, quase deslocada
no meio da gravidade da situação:
— “Ameaçar a
família de um colega é ruim, mas ameaçar qualquer outra fam...”
Felizmente, MacGyver
foi rápido em interrompê-lo, colocando a mão sobre o ombro de Shiro. Ele já
tinha visto crueldade sem motivo, e sabia que aquilo não era apenas mais uma
peça de teatro.
— “Sinto muito por
isso, mas, correndo o risco de parecer insensível, o que isso tem a ver com a
captura de Tatsuke?”
Eliza balançou a cabeça, sem tomar como algo
pessoal, e então, com um olhar determinado, falou:
— “Desde que ele fugiu, temos tentado rastrear Tatsuke. Com nossos informantes, já descartamos qualquer via terrestre ou marítima. Só nos resta a aérea. Mas Leclerc está tão interessado em pegar vocês quanto em pegar Tatsuke. Ele tem um aliado dentro da INTERPOL. M. Henri Olrik. Ex-Coronel da Legião Estrangeira, já serviu como Diretor da SDECE, até as reformas de Mitterrand, e agora é superintendente da INTERPOL. Ele parece querer o fim de tudo o que vocês representam, e colocou Leclerc em sua cola.”
MacGyver ergue uma sobrancelha, surpreso, e
comentou:
— “Isso é
novidade.”
Eliza concordou com a cabeça e continuou.
— “Vamos enviar o
que temos sobre Olrik para vocês.”
Tomas rapidamente interrompeu, como se tivesse
mais algo a dizer.
— “O contato de
Leclerc no aeroporto está sendo... relutante. Uma pena, pois ele tem
informações sobre todos os voos saindo da cidade. Isso é um sinal claro de que
ele está protegendo Tatsuke.”
O clima ficou mais
pesado, e Eliza prosseguiu com uma frieza controlada:
— “Nosso plano é
fazer uma interceptação. Vamos aliviar a segurança no aeroporto de Charles de
Gaulle e confrontar o contato de Leclerc lá – o Chefe de Segurança, René-Luc
‘Le Falcon’ Logan. Se Tatsuke estiver lá, o pegamos. Se não, pelo menos
saberemos onde ele está.”
Tanaka franziu o cenho, pensativo.
— “Parece
arriscado.”
Shiro foi direto:
— “Não seria melhor
usarmos o contato de Boucher?”
Tomas riu, com um toque de saudade.
— “A menos que o
contato que Méli tenha na manga seja ninguém menos que Jacques Mercier, nossa
melhor opção ainda é Le Falcon...”
O ambiente ficou
tenso, e todos perceberam a mudança sutil no ar. Tanaka olhou para os
três e soltou uma frase curta, porém definitiva.
— “O nome do
contato é Jacques Mercier.”
Tomas olhou para ele, os olhos fixos com uma
sinceridade inquietante.
— “Então vocês
estão perdendo tempo. Contatem-no o quanto antes.”
Hugo, mais impaciente do que o habitual, se
intrometeu:
— “Esse é o suíço
que falamos mais cedo? Se for, eles precisam de transporte aéreo imediato!”
Tomas assentiu, olhando para Tanaka com um
sorriso cansado.
— “Eu conheço um
cara que...”
Mas Tanaka
interrompeu rapidamente, de forma decidida:
— “Não precisa, já
temos um avião pronto para voo.”
Tomas riu nervosamente, mas com um toque de
alívio.
— “Então acho que
só tomamos o tempo de vocês.”
Tanaka sorriu com uma leveza, mas ainda mantendo o
foco.
— “Não, essa
descoberta sobre Olrik é preciosa, e vocês claramente querem nos ajudar... Mas
por quê?”
Tomas deu de ombros, olhando diretamente para
Tanaka com um olhar direto, como quem já sabe que não será mais questionado.
— “Não precisa
acreditar em nós. Nós mesmos não aconselhávamos essa ajuda. Não sabemos quando
Leclerc vai farejar nossa conspiração e fazer alguma ameaça contra nós. Mas
ajudamos pelo motivo que já explicamos. Os Três Reis precisam ser parados.”
MacGyver levantou a sobrancelha, curioso.
— “Três Reis?”
Merlot olhou para ele com um olhar amargurado, mas
explicativo.
— “Dominique
Leclerc, Lyonel Moreau e Étienne Blanchard. Os três Reis, os líderes da
quadrilha que se tornou nossa célula.”
Foi então que Shiro
teve uma ideia que trouxe uma nova luz à situação.
— “Vocês ainda
podem nos ajudar muito! Há muitos fugitivos importantes que queremos capturar
além de Tatsuke. Antonin Pareno, Ikigawa Iori, Takeyo Takeo... vocês poderiam
pegá-los, o que acham, Tanaka?”
Tanaka assentiu, confirmando a proposta com um
movimento de cabeça.
— “Exato. Querem se
provar confiáveis? Falem com o comandante De La Cour da GIGN e ajudem-no a
capturar esses homens. Questionem-nos sobre tudo que souberem sobre o Exército
da Vingança, Star Corp e a droga Stardust. Mandem o que descobrirem para nós
por um canal comum com Boucher.”
Tomas e Hugo trocaram olhares rápidos,
antes de assentirem com firmeza.
— “Só isso? Vai
ser fácil.” – Tomas brincou, mas a tensão ainda era visível no ar.
Eliza então surpreendeu a todos, tirando algo de
sua bolsa e segurando-o com firmeza. Ela agarrou a mão de Tanaka,
depositando algo nela. Tanaka, desconcertado, olhou para o objeto – uma
antiga moeda de 10 francos, amassada, mas ainda com grande valor simbólico.
— “E... por favor,
entregue isso a Boucher.” – ela disse com uma risada nostálgica. “Diga a ela
que nunca a esqueci. Digo isso para que ela saiba que precisamos dela. Não
vamos vencer Leclerc sem ela.”
Tanaka, agora com um toque de reverência, guardou
a moeda com cuidado em sua carteira, o gesto não perdido por nenhum deles.
— “Assim será.”
– respondeu ele com firmeza.
Shiro, brincando, tentou aliviar o peso do
momento.
— “Ah, um chama de
'Méli', a outra 'nunca a esqueceu', nossa Louve realmente é uma arrasa
corações!”
Hugo, porém, cortou a conversa com um sorriso
nervoso.
— “Que bom, porque
vocês têm um avião para pegar, e a gente tem que escoltar vocês!”
Tanaka, agora mais centrado, levantou-se, a missão
e os próximos passos começando a tomar forma.
Faltavam quatro
horas, e o destino de todos estava prestes a ser decidido.
21:00 às 23:00 – Alpes Suíços
Benchetrit, Toussant e Merlot se voluntariaram a escoltar a equipe até o trevo da Rosny, onde se separariam. A viagem para o aeroporto estava em andamento, e Tanaka já havia dado instruções claras para sua equipe. Eles permaneceriam em Paris, monitorando as pendências: os três políticos, Archembeau, a segurança dos contatos de Boucher e Lacroix, e as movimentações dos espiões. No entanto, nada de se envolver diretamente em riscos.
Tanaka levaria consigo apenas MacGyver, Shiro, Marie Ichikawa e Liaam Peeters. Como um presente de despedida, Tomas entregou as coordenadas de um aeródromo em Zurique, pertencente a um contato seu, onde poderiam pousar e decolar com segurança e discrição.
Durante a viagem, Tanaka entrou em contato com Mamoru e Boucher.
—"Louve, na escuta?" — A voz de Boucher soou clara e precisa no rádio.
—"Louve, na escuta. Como posso ajudar, Baiken?" — A resposta de Boucher foi pronta e atenta.
—"Louve, decidimos usar o seu contato. A situação é urgente e delicada. É certo que Tatsuke usará vias aéreas para sair de Paris, e ele ainda não o fez. Pelo que aprendemos, seu contato tem como descobrir todos os voos legais e ilegais da França. Isso é imprescindível para a missão. Mas você havia dito que devíamos usá-lo com cautela, como devemos proceder?" — Tanaka perguntou com um tom sóbrio, consciente da delicadeza da operação.
Boucher ficou em silêncio por alguns segundos antes de responder, a tensão palpável.
—"Primeiro, vocês não devem causar nenhuma ameaça a ele. Vão desarmados e cooperem com a segurança como for solicitado, mas não deem meia volta. Exijam falar com o chefe de segurança – Monsenhor Jean-Martin Canaveri. Esse conhecimento vai garantir que Canaveri venha até vocês."
Uma pausa.
—"Segundo, ao falarem com Canaveri, exijam uma audiência com Monsenhor Mercier. Diga que é urgente e que vieram sob a orientação de Lupa. Peçam a Canaveri que entregue a ele a seguinte mensagem: 'Lupa mandou lhe lembrar que Rembrandt está de olho no senhor.' Identifiquem-se e sejam honestos, ele provavelmente checará suas identidades com seus contatos. Quem vai com vocês? Liaam? Marie? Melhor que um deles vá. O mais importante é: não falem com ninguém até chegarem à mansão de Mercier. Evitem qualquer contato até lá."
Shiro, sempre irreverente, não resistiu a uma piada sem graça:
—"Se é para não falar com ninguém, como vamos falar com os seguranças se os encontrarmos fora da mansão?"
A resposta imediata veio de Mamoru, rindo:
—"Filho da puta."
Boucher, sem perder a linha, respondeu com uma risada seca:
—"Shiro, você está me perguntando para ensinar a abrir e fechar a boca? Isso é hora de piadinha infantil? Continue assim e eu te enfio numa fralda!"
A tensão diminuiu por um instante, e Shiro riu nervosamente.
—"Relaxa, Louve, o moleque só está brincando, ele só parece mané, mas não é não." — Mamoru comentou, ainda rindo.
Boucher relaxou um pouco e, com um tom mais leve, respondeu:
—"É bom mesmo, porque tenho a cura para manés... um tapa bem dado na cara!" — Ela falou com um toque de diversão na voz, antes de voltar à seriedade. — "Precisam de algo mais?"
Tanaka, agora mais sério, perguntou:
—"Sim. E se ele não for cooperativo?"
Boucher fez uma pausa pensativa antes de responder:
—"A casa dele é uma fortaleza, mas se ao menos um de vocês conseguir chegar até o jardim com o rádio, Mamoru pode capturar a frequência dele e eu tentarei falar pessoalmente. Caso contrário..." — Ela fez uma pausa, com um tom mais duro — "...forcem-no. Não podem sair de mãos vazias."
Tanaka assentiu com firmeza.
—"Entendido. Baiken, desligando."
Shiro, ainda com a curiosidade em alta, não conseguiu se conter:
—"Será que podemos saber como é a mansão?"
Boucher respondeu após um breve momento de silêncio.
—"Hmm... eu mesma não sei exatamente tudo, mas posso fazer um desenho com as entradas e saídas que conheço, além dos pontos fracos."
O som de uma máquina de fax cortou o silêncio, e em poucos minutos, Boucher enviou um esboço simples, mas eficiente da mansão e arredores.
—"Perdão pela grosseria do esboço, mas tudo o que importa está aí. As entradas principais, as traseiras e o teleférico que dá acesso à cidade. Os pontos cegos da segurança estão marcados em vermelho, com a metragem aproximada em relação à entrada principal. Também indiquei os locais onde Mercier pode estar: sua sala de estar, seu gabinete, a pinacoteca... ou, se ele estiver se escondendo, na sala de pânico. Mas acredito que não o pressionarão até esse ponto."
MacGyver interrompeu a tensão com uma pergunta inesperada.
—"Só para constar, Rembrandt... estamos falando do pintor certo?"
Boucher respondeu de forma direta e seca.
—"Correto. Mercier tem 'A Ronda Noturna' no seu quarto."
MacGyver, tentando racionalizar a situação, levantou uma preocupação lógica.
—"Espera, uma cópia, certo? O original está em Amsterdã. O quadro é enorme."
Boucher, com um tom firme e sem rodeios, esclareceu:
—"É o original. A cópia está no Rijksmuseum, uma história longa, me lembrem de contá-la quando comemorarmos a chegada de vocês. Sim, o quarto dele é enorme".
A conversa seguiu por mais alguns detalhes, e Boucher forneceu todas as dicas necessárias sobre transporte e como chegar até a mansão.
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A Ronda Noturna |
Finalmente chegaram no aeródromo Yves de Laurant, onde Marie e Gaston estavam de prontidão. Tanaka se aproximou de Marie com um olhar sério, sinalizando que as coisas estavam prestes a se intensificar.
—“Ichikawa, você substituirá Liaam na Suíça. Suas habilidades serão necessárias lá.”
Marie e Liaam assentiram com compreensão. No entanto, antes que o grupo seguisse para o avião, Gaston se antecipou, com um sorriso de quem sabia que tinha algo a dizer.
—“Vocês falaram sobre meu carro com a Medeína?” — Gaston de Laurant evocou, com um tom que sugeria uma dívida antiga que ainda pesava sobre os dois.
Tanaka, franzindo a testa, não hesitou em responder, já sabendo a que história Gaston se referia.
—“Não houve tempo. Se me lembro, ela destruiu um carro seu?”
Gaston soltou um suspiro, como se estivesse revivendo a dor de uma perda pessoal, e então começou a falar com um olhar distante, quase nostálgico.
—“Sim, uma Ferrari 365 GTS/4 de 1973, linda... toda espatifada num barranco. O eixo dianteiro partido parecia uma fratura exposta. Aquilo, Tanaka, era uma obra de arte.”
Tanaka olhou para ele com um semblante impassível, mas não podia deixar de notar o tom do homem, mas carregado de nostalgia e carinho do que de mágoa:
—“Sim, sim, vou me lembrar de falar com ela. Mas precisamos ir, Mangusto.” — Tanaka o interrompeu, com uma leve frieza na voz, demonstrando que o tempo era curto e o objetivo da missão deveria ser a prioridade.
Gaston sorriu, inclinando a cabeça de forma sardônica.
—“Boa sorte, então. Espero que tudo corra bem... e que a boa Médée não se esqueça de seu favor.”
Com isso, Tanaka se virou e fez sinal para que o time se preparasse para seguir em frente. Ele dividiu a equipe conforme o planejado.
—“Para a Suíça, levarei apenas Liaam, Marie, Shiro e MacGyver. O restante ficará em Paris para garantir que tudo esteja em ordem quando voltarmos. Precisamos dar a devida compensação à Madame Milanese, nossa aliada que nos deu abrigo. Além disso, é importante garantir que as pontas soltas sejam resolvidas, principalmente com Pacino e os políticos. Também devemos cuidar do bem-estar de todos os nossos aliados e contatos.”
Marie e Liaam foram os primeiros a se dirigir para o cockpit do Dassault Falcon 900, prontos para conduzir o avião em direção à Suíça. O restante do time se acomodou nos assentos, e, com um sinal de confirmação de Tanaka, o jato decolou em direção a Bern, enquanto o peso da missão pairava no ar.
A tensão estava no ar, mas a missão precisava ser cumprida.
Partiram para a cidade de Bern, nos Alpes Suíços. O contato de Toussant funcionou, e a equipe conseguiu estabelecer comunicação com o aeródromo Vintage des Alpes, um local de aviação com uma atmosfera antiquada, remanescente dos anos 40. Apesar do vocabulário desatualizado e da linguagem formal do pessoal do aeródromo, a operação transcorreu de forma discreta e profissional.
O grande Dassault Falcon pousou sem problemas, e a equipe foi recebida com uma cena quase surreal. Ao lado do jato, repousava um bombardeiro Avro Lancaster da Segunda Guerra Mundial, um testemunho silencioso do passado bélico. No pátio, mais dois P-51 Mustangs estavam estacionados ao lado de um Messerschmitt Bf 109, um Morane-Saulnier M.S e até mesmo um Ilyushin Il-2 Sturmovik — aeronaves de outro tempo, mas bem conservadas. Era uma visão rara, onde a história da aviação parecia se congelar no presente.
O pessoal do aeródromo, sem perder a compostura, confirmou sua identidade com uma pergunta simples:
—“São da equipe de Todos os Santos?” (referindo-se ao contato de Toussant, cujo nome era reconhecido localmente).
A equipe confirmou, e, em seguida, o aeródromo forneceu a eles um furgão Citroën HY para se deslocarem pela cidade, um veículo clássico que, embora antigo, se mostrou confiável. Liaam, porém, ficou responsável por permanecer no aeródromo, mantendo vigilância no Dassault Falcon.
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Citroën HY |
Com a vã e as instruções do pessoal local, o grupo seguiu para sua missão nos Alpes. Quando o assunto do pagamento surgiu, Tanaka disse que ficaria na conta de Toussant, depois se virou para os companheiros e, com um sorriso, respondeu com uma leve ironia:
—“Vocês não têm ideia do quanto esses agentes de inteligência são bem pagos.”
E assim, com o furgão em mãos, a equipe partiu em direção à estrada que serpenteava pela região montanhosa.
Na concessionária de veículos de neve, recomendada por Boucher, o grupo alugou quatro snowmobiles — um para cada membro da equipe. Eles deixaram o furgão Citroën estacionado, como um calço, e, sob as instruções de Boucher, seguiram para o que parecia ser um caminho isolado e perigoso.A estrada que levava à mansão de Mercier, incrustada nos Alpes Suíços, era, em sua maior parte, privada, com acesso restrito a partir do quilômetro 2. Boucher havia advertido que a segurança da propriedade seria rigorosa, e que o uso dos veículos de neve seria crucial para se aproximarem sem chamar atenção.
Enquanto subiam a montanha, a neve fina caía sem parar, obscurecendo o ambiente e tornando a viagem ainda mais tensa. A escuridão da noite estava densa, e o vento cortante fazia com que a visibilidade fosse reduzida a poucos metros à frente. No entanto, do alto, os membros da equipe conseguiram avistar faróis de outros veículos à distância, iluminando as trilhas sinuosas da montanha. A princípio, imaginaram que fossem parte da segurança de Mercier, mas logo perceberam que ainda não haviam cruzado a propriedade privada dele.
Tanaka, atento ao movimento, pediu que todos se preparassem para o pior.
—“Fiquem alerta. Não sabemos se esses veículos estão ligados à segurança de Mercier ou se há outra operação em andamento. Estamos próximos demais para sermos pegos desprevenidos.”
O som das snowmobiles cortava a quietude da montanha enquanto o grupo avançava, cada um se concentrando em sua trajetória, mas com os sentidos apurados. O ambiente, embora gelado e silencioso, estava carregado de tensão, e todos sabiam que qualquer erro agora poderia ser fatal.
O preparo foi essencial, pois mal haviam se acomodado na montanha, quando os faróis se acenderam à distância, revelando a silhueta de seis snowmobiles pretos, cada um conduzido por homens vestidos com pesadas roupas militares de neve, na cor vermelha. Os capacetes vermelhos e as máscaras de metal, que escondiam suas feições, conferiam-lhes uma aparência assustadora, quase inumana. Suas submetralhadoras estavam já engatilhadas e apontadas para o grupo, enquanto sabres embainhados cintilavam em suas cinturas. No peito das armaduras táticas, a insígnia prateada de uma cabeça de cobra rei brilhava de forma ameaçadora.
Não havia tempo para recuar ou despistá-los — eles já haviam sido detectados. Armados apenas com lâminas leves e suas habilidades de combate, o grupo sabia que precisaria usar tudo o que tinha para sobreviver.
Os primeiros três crimson guards desceram as montanhas disparando, enquanto os três restantes avançavam em seus snowmobiles, prontos para a batalha.
Shiro e Marie decidiram tomar uma rota alternativa, por trás da montanha, enquanto Tanaka e MacGyver seguiam pela frente, desviando-se das rajadas de tiros imprecisos, que ainda eram ineficazes devido à distância e à escuridão. Mas a situação era crítica: eles tinham que reagir rápido.
Shiro, ágil como sempre, não perdeu tempo. Avançando com velocidade, ele foi em direção ao crimson guard mais próximo, desmontando o inimigo com um chute feroz e preciso, derrubando-o de seu snowmobile. Do outro lado, MacGyver, com sua precisão, desarmou um dos guardas, desferindo um golpe rápido e eficiente, enquanto Tanaka se aproximava de outro, derrubando-o com um potente chute e agarrando a arma que MacGyver havia lançado em sua direção.
Marie, observando que Shiro já estava no controle de seu adversário, mostrou suas habilidades excepcionais de pilotagem. Com destreza, ela alcançou rapidamente o centro da ação, distraindo os outros três crimson guards que desciam em velocidade, suas submetralhadoras disparam contra eles. O som dos tiros cortava o ar da montanha, mas a habilidade de Marie em esquivar-se e manobrar com precisão impediu que os disparos a atingissem.
Enquanto isso, Shiro travava um duelo acrobático com o inimigo, saltando e manobrando em torno dele com uma destreza impressionante. Ele enganou o guarda, chutando-o com força e fazendo-o cair de seu veículo. Mas os outros dois guardas não estavam longe. A batalha se intensificou quando os três crimson guards restantes se agruparam, formando um pelotão de fuzilamento. Eles abriram fogo, metralhando Tanaka e MacGyver. A linha de tiros era intensa, e Tanaka se viu forçado a se abaixar atrás de uma linha de árvores, buscando abrigo enquanto dava cobertura aos outros com rajadas curtas, forçando os inimigos a se desviarem e procurarem cobertura.
Isso deu tempo para MacGyver e Marie tomarem a frente, neutralizando dois dos crimson guards com precisão cirúrgica, enquanto Shiro, avançando com velocidade, usava sua acrobacia para desarmar e derrubar o terceiro, aproveitando a distração dos guardas. Mas o combate ainda não havia acabado.
Em um momento de desespero, quando parecia que a batalha estava perdida, um dos crimson guards tentou acabar com os seus próprios caídos, levantando um sabre para desferir o golpe fatal. Mas antes que pudesse concluir, Marie disparou uma saraivada de balas, interrompendo o ataque com precisão letal.
O som das balas ecoou na neve, mas a luta ainda não estava ganha. Tanaka, com ferimentos graves em seu corpo, não desistiu e continuou a dar cobertura aos aliados. O cansaço e a dor estavam pesando, mas eles não poderiam falhar. Finalmente, após uma última onda de resistência, os crimson guards caíram, e o campo de batalha ficou em silêncio, com o som apenas da neve caindo suavemente.
– Está bem, Tanaka? – Marie perguntou, com genuína preocupação, seus olhos se fixando no líder, que ainda parecia lutar contra a dor.
– Vou ficar, mas precisamos ir. – Ele respondeu, sua voz grave e focada, mas seu semblante estava marcado pela dor silenciosa. – Como faremos para levá-los?
– Eles tentaram matar os próprios... – Shiro comentou, ainda aturdido, sua mente ainda processando a brutalidade do confronto.
Marie assentiu, ela também tinha visto o mesmo. Um dos guardas, antes de ser interrompido por sua rápida intervenção, sacou seu sabre com a intenção de cortar a garganta do companheiro caído. O pensamento de que os inimigos pudessem ser tão impiedosos a fez engolir em seco.
– Meu Deus! – MacGyver murmurou, a repulsa clara em seu rosto. Ele sabia o que isso significava: não eram apenas soldados; algo mais perverso estava em jogo.
– Temos que tratá-los como robôs, não como pessoas. – Shiro disse, sua voz fria, olhando com desprezo para os corpos caídos dos crimson guards. Ele parecia quase desumanizar a situação, o que o fazia mais perturbador.
– Não, não vamos nos reduzir a eles. – Tanaka interrompeu, sua voz grave e autoritária. – Eles serão tratados como prisioneiros, segundo a Convenção de Genebra.
Shiro olhou para Tanaka com frieza, mas não desistiu de sua opinião.
– Mas eles são programados, não pensam como nós. Digo, devemos pensar como eles, como robôs, para entender a cabeça deles. – Ele falou determinado, como se a única forma de compreender os inimigos fosse se alinhar à mentalidade impiedosa com que haviam sido treinados.
Marie, ainda com sua postura calma e firme, interrompeu com uma fala que carregava uma sensatez prática.
– Não são Transformers, Shiro, são soldados, treinados e doutrinados para agir assim. Sabemos como eles pensam, já lidamos com isso antes. – Ela acenou para os demais, buscando concordância. MacGyver a apoiou imediatamente.
– Marie está certa, – ele disse, o tom grave. – A maldade deles é humana, e eu já vi essa maldade antes. Tinha até uma alcunha para isso... Doutrina Hânibal. Falo mais sobre isso em outra oportunidade. Agora, precisamos seguir em frente.
MacGyver se voltou para Tanaka, com a prática de sempre.
– Chefe, esses snowmobiles que alugamos são feitos para carregar peso, mas os deles são mais leves. Se os deixarmos no ponto morto, podemos puxá-los com as correias que trouxe. Só dar a ordem e eu monto tudo.
– Faça. – Tanaka disse, sua voz tensa, escondendo a dor que ele sentia, seu corpo marcado pelos ferimentos. Embora sua veste blindada tivesse absorvido a maior parte do impacto, as balas ainda o haviam atingido como poderosos socos concentrados, e o sangramento interno começava a se fazer sentir, mas ele não disse nada.
Com a ordem dada, o time se preparou. Amarraram os inimigos caídos aos seus próprios snowmobiles e, com esforço, seguiram montanha acima. A cada metro, a neve aumentava, e a visibilidade se tornava mais difícil. O ar rarefeito e o frio cortante pareciam irrecuperáveis, enquanto o formigamento nas mãos de Shiro e Marie ficava cada vez mais intenso. Marie, de constituição mais frágil, já estava tendo dificuldades, seus músculos quase congelados pelo esforço.
Mas, quando chegaram às cercanias da propriedade privada de Mercier, Tanaka e Shiro perceberam algo. Não estavam sozinhos.
A escuridão, até então calma, foi cortada pela luz cegante de faróis de neblina. De repente, o cenário iluminou-se como se um sol de alta tensão tivesse surgido no meio da noite.
Ali, na linha de frente da escuridão, se ergueu um imenso veículo blindado Bandvagn 206, suas luzes potentes iluminando o terreno, enquanto pelo menos uma dúzia de snowmobiles se aproximavam, com homens armados em suas conduções, prontos para a ação.
Eles haviam chegado.
– Já estamos na propriedade de Mercier. – Tanaka murmurou, percebendo a gravidade da situação.
E então, a realidade se impôs: os tiros do confronto anterior tinham chamado a atenção. E agora, não havia mais volta. O jogo estava prestes a mudar completamente.
O Bandvagn 206 iluminava a escuridão com uma luz pálida e artificial, como um sol de neblina, enquanto meia dúzia de snowmobiles de cascos negros flanqueavam o veículo de guerra, suas máquinas cortando a neve com precisão. Os homens, vestidos com uniformes pesados de neve, estavam armados até os dentes com fuzis Steyr AUG com mira a laser, suas máscaras táticas refletindo a luz fria da noite.
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De repente, uma voz firme, mas cordial, ressoou nos sistemas de som do veículo blindado, falando em três línguas diferentes — Francês, Italiano e Alemão:
— "Atenção. Vocês entraram em propriedade privada. Exorto-os a dar meia volta e abandonar qualquer pretensão de invasão. Caso contrário, estamos autorizados a impedi-los de prosseguir utilizando todos os meios necessários à nossa disposição."
O som dos fuzis sendo engatilhados ecoou. A tensão no ar era palpável, o coração de cada um da equipe batendo mais forte enquanto a ameaça se concretizava. Eles estavam prestes a ser confrontados por uma força implacável. Tanaka, sem hesitar, pronunciou o nome de Jean-Martin Canaveri, o chefe de segurança de Mercier, na esperança de abrir uma brecha.
Com um leve suspiro, a ordem para recuar foi subitamente interrompida, Canaveri, o homem que falava pelo alto-falante do veículo, ordenou que eles levantassem as mãos para o alto e Tanaka foi autorizado a subir sozinho para garantir que tudo transcorresse sem violência. Enquanto ele subia, meia dúzia de soldados desciam, fuzis apontados para os três agentes, eles confiscaram os veículos que fixaram no Bandvagn 206 e os prisioneiros foram colocados atrás. Tanaka foi recebido com brutalidade militar, sendo vistoriado meticulosamente pressionado a frente do grande veículo blindado e depois conduzido sem cerimônias para dentro. Finalmente foi a vez dos outros 3, que forma conduzidos e inspecionados com a mesma atenção dada a Tanaka, tudo que poderia ser usado como arma ou recurso foi confiscado, cada um foi conduzido para dentro do Bandvagn com um soldado se sentando ao lado, pistola apontada à queima-roupa. Então, um homem que sentava à frente junto com Tanaka, o motorista e outro soldado se virou a eles. Era Canaveri, um homem de cabelos grisalhos e olhar penetrante, que parecia mais um predador cauteloso do que um simples segurança.
Canaveri, com um sorriso cansado e uma expressão que misturava cansaço com um toque de ironia, se virou para os prisioneiros e os observou por um longo momento antes de falar.
— "Boa noite, senhores e senhorita. Conversei com seu chefe aqui e ele me falou coisas muito interessantes. Então vamos fazer o seguinte: eu farei algumas perguntas e, se suas respostas forem diferentes das dele... ele morre. Parece justo para vocês?" — Sua voz não era exatamente uma pergunta, mas um aviso claro de ação.
Shiro foi o primeiro a responder, começando a falar seu apelido, mas rapidamente pensou melhor e respondeu com seu nome verdadeiro. Marie e MacGyver seguiram o mesmo protocolo, evitando qualquer deslize que pudesse levantar suspeitas. Canaveri fez suas perguntas com uma calma quase perturbadora, começando com os nomes deles, passando para o motivo de estarem ali, e, finalmente, indagando sobre a relação deles com Lupa e os prisioneiros que haviam capturado. Eles não tinham motivo para mentir, e a verdade que Tanaka já havia compartilhado com ele se manteve consistente entre todos.
Satisfeito com as respostas, Canaveri fez um aceno para o rádio, transmitindo a mensagem para os seus 20 homens de que os quatro eram agora hóspedes e ordenou que os conduzisse até a mansão de seu patrão.
Ao chegarem, a mansão de Mercier se ergueu diante deles, um espetáculo de poder e opulência. A estrutura era imponente: uma muralha de metal e concreto, guardada por torres com sentinelas de olhos vigilantes. Um portão elétrico pesado e reforçado dava acesso ao terreno, e dentro, uma cerca eletrificada após a muralha reforçava a sensação de uma fortaleza inexpugnável.
À medida que avançavam, Shiro fez uma anotação mental sobre os pontos fracos da segurança, especialmente ao observar os detalhes passados por Boucher. Ele sabia que com os truques de ninja que possuía, poderia encontrar uma forma de infiltração, embora não fosse fácil. A garagem onde foram levados era imensa e militarizada: jipes blindados, snowmobiles e até um blindado de combate leve estavam alinhados, e uma lancha de ataque peculiarmente estacionada levantava mais dúvidas.
O ambiente militar se mesclava com o luxo, mas o toque de guerra era evidente.
Dentro da mansão, as paredes eram decoradas com estatuários de bom gosto e quadros protegidos por molduras de vidro. O banquete estava sendo preparado às pressas, e a equipe foi levada até a mesa dos funcionários — gasta, mas ainda elegante. Ali, aguardava um homem velho e excêntrico, vestido com um terno preto impecável, sua bengala quase como uma extensão de sua figura.
O homem se levantou assim que os viu, seus olhos penetrantes avaliando cada um com um misto de cansaço e desconfiança. Sua voz aguda e com autoridade cortou o ar.
— "Sou Jacques Mercier... E me sinto insultado pela invasão de vocês. Vocês não tem ideia de como isso me poê em perigo! Se foram mesmo mandados por Lupa, quero uma prova concreta disso, se eu vou me expor, ela deve se expor também!"
Marie tentou o melhor que pôde, explicando sua subordinação direta a Boucher, falando com cautela e respeito sobre sua comandante. Porém, o homem não parecia convencido. Ele queria mais.
Foi então que Tanaka, com uma voz calma, porém firme, disse:
— "Lupa mandou lhe dizer que Rembrandt está de olho no senhor."
O paranóico homem parecia confuso, sua expressão mostrava que não compreendia a mensagem. Ele olhou para os outros, como se esperasse uma explicação. No entanto, antes que pudesse continuar, uma voz no ponto eletrônico em seu ouvido silenciou-o.
Uma tensa conversa em italiano via rádio se desdobrou, o homem que se dizia Mercier, antes com voz de comando, estava agora falando com alguém em tom submisso, se desculpando e ouvindo com atenção. O homem à sua frente não era quem aparentava ser. Ele era Jean-Baptiste Duval, o Major-Domo de Mercier, que imediatamente se recompôs, mas agora adotando fria cordialidade, pediu que seguissem até o Salão de Visitas.
Após subirem em um elevador panorâmico que parecia mais uma cápsula do tempo, eles chegaram ao grande salão — um espaço que transbordava de bom gosto e opulência artística. O ambiente exibia quadros impressionistas e esculturas contemporâneas dispostas com precisão milimétrica. A iluminação suave destacava as texturas e formas das obras de arte, criando uma atmosfera envolvente e única e um grand piano tocava sozinho Clair de Lune de Debussy. No centro desse universo, aguardava Jacques Mercier, um homem de aproximadamente 60 anos, cuja aparência exalava sofisticação e poder.
Mercier possuía um charme irrepreensível, que transparecia tanto nas suas maneiras refinadas quanto na sua postura altiva. Seus cabelos grisalhos eram cuidadosamente arrumados, e a barba por fazer estava aparada com precisão, como se ele tivesse escolhido cada fio com a maior das intenções. Usava um terno escuro de corte clássico, que lhe conferia uma presença imponente, como se fosse feito sob medida para ele. Seus olhos azuis profundos eram penetrantes, capturando todos ao seu redor com um olhar intenso que, ao mesmo tempo, transmitia controle absoluto e um toque de nervosismo inquietante. Cada detalhe de seu visual parecia dizer: "Eu sou o mestre aqui".
Ao vê-los, Mercier se aproxima e faz uma avaliação minuciosa de cada um deles, começando por Tanaka, que logo é capturado por um olhar que transbordava interesse.
— "Hmmm... que espécime de oriental..." — Ele diz, passando uma mão suave sobre o peito de Tanaka, fazendo-o recuar ligeiramente.
— "Obrigado, mas sou casado." — Tanaka responde com a firmeza habitual, tentando manter o tom profissional.
Mercier então se volta para MacGyver, observando o cabelo rebelde com um sorriso travesso.
— "Hm, o cabelo... bem Yankee, non?" — Ele faz uma careta, claramente brincando.
— "As mulheres adoram!" — MacGyver responde, esfregando o mullet com um sorriso desajeitado.
Agora, com um olhar avaliativo, Mercier se fixa em Shiro, visivelmente mais jovem.
— "Hm, muito jovem..." — Ele diz, pensativo. Shiro suspira aliviado, dizendo um "Ufa!" quase inaudível.
Finalmente, seus olhos caem sobre Marie, e ele sorri com um encanto súbito.
— "Que fofinha, a mistura de francesa com japonesa lhe cai muito bem! Lupa sabe escolher suas agentes!" — Antes de Marie responder, ele já estava de volta ao seu foco, voltando a olhar para Tanaka.
O ambiente, que até então parecia repleto de tensão, ganhou um toque desconfortavelmente leve. Tanaka sorriu de canto, tentando manter a compostura. "Acho que podemos começar agora?"
Mercier, sempre impecável, gesticulou para os assentos próximos e os convidou a se sentar.
— "Por favor, sentem-se. Vamos brindar com um Hirsch Reserve de 1974 e uns canapés de faisão. É o mínimo que posso oferecer para meus ilustres convidados." — Ele fez um gesto largo, como se estivesse apresentando um espetáculo de boas-vindas.
Quando Tanaka hesitou, preocupado com seus ferimentos, Mercier notou e pediu ao seu mordomo que cuidasse dele.
A ajuda veio rapidamente, mas o olhar de Mercier nunca deixou Tanaka, especialmente quando a camisa foi retirada, revelando o peito musculoso de Tanaka, algo que Mercier não conseguiu disfarçar o olhar fixo.
A conversa seguiu, com Mercier fazendo comentários ainda mais incisivos, sempre lançando seus olhares quase inquisitivos. A tensão subia e descia com os flertes de Mercier, criando uma atmosfera desconfortavelmente carregada, mas sem nunca perder a fachada de cordialidade.
Finalmente, Mercier fez a pergunta crucial.
— "Agora, senhores... o que os traz até minha porta? O que buscam em minha mansão?"
Tanaka, com uma expressão séria, explicou que estavam em busca de Tatsuke e da informação crucial que poderiam obter para capturá-lo. Ele falou sobre a fuga de Tatsuke da La Santé e as pistas de que ele escaparia por meio aéreo.
Mercier, como se não estivesse particularmente interessado em perder mais tempo, pediu um momento para se retirar. Menos de 20 minutos depois, ele voltou com um papel contendo as informações que procuravam. No entanto, ele só entregou o papel depois que Tanaka prometeu retornar para lá para uma comemoração, caso Tatsuke fosse capturado.
— "Eu não peço muito. Apenas uma tarde, quando a captura for concretizada." — Mercier disse, mais como uma condição do que uma sugestão.
Tanaka confirmou que faria o possível, e Mercier, com um sorriso sutil, entregou o papel. As informações apontavam para o Aeródromo de Versailles, onde Tatsuke estava registrado para um voo até Algiers à meia-noite, acompanhado de um homem identificado apenas como "Le Cobra".
Além disso, Mercier compartilhou informações valiosas sobre os prisioneiros que eles haviam capturado, agora chamados de "Guarda Carmesim", e revelando que eles estavam ligados ao Comandante Cobra.
— "Conheço esse sujeito... um homem desagradável e de mau gosto." — Mercier comentou, com um desprezo visível.
Tanaka reforçou a necessidade de transmitir todas as informações por canais seguros a Boucher e pediu para seguir em frente, já que a missão era urgente.
Sem hesitar, Mercier ofereceu seu helicóptero particular para levá-los diretamente ao Aeródromo.
Após um voo turbulento, o piloto de Mercier mostrou competência e os deixou em segurança no Aeródromo, onde Liaam os aguardava com o avião pronto para decolar. Agora, o destino estava traçado. A próxima parada era o Aeródromo de Versailles, onde o confronto com Eichi Tatsuke e seu misterioso aliado, Le Cobra, os aguardava.
24:00 – Aeródromo Toussus-le-Noble
No interior do Dassault Falcon 900, Tanaka, com a mão firme no rádio, fala com Mamoru e Boucher, explicando rapidamente a situação enquanto o avião corta a noite escura. A tensão no ar é palpável, e ele sente a gravidade da missão – eles estão prestes a enfrentar Tatsuke de frente.
Tanaka conecta um segundo rádio, passando as ordens para sua equipe: todos devem estar preparados no Clube Aéreo Gaston Laurant, prontos para a ação. Ele também solicita que arranjem dois carros grandes o suficiente para acomodar os 13 membros da equipe.
O pouso no clube é suave, mas o céu noturno escurece com a expectativa. Quando as portas do avião se abrem, lá está Mangusto Furioso aguardando com sua equipe, um sorriso de apoio estampado no rosto. Ele já providenciou dois carros imponentes para a missão: uma Mercedes-Benz 600L e uma Renault Espace. Eles se dividem entre os carros, com Mangusto incentivando, rindo e desejando sorte.
“Boa sorte, meus amigos! Nós estamos na torcida para que consigam chegar lá antes do fim da noite,” grita Mangusto, com um aceno de despedida enquanto a equipe parte em alta velocidade para Versailles.
O som do ronco dos motores dos carros reverbera pelas ruas de Paris, e a adrenalina toma conta da equipe. Não demora muito até perceberem que estão sendo perseguidos por patrulhas policiais. Com Liaam atrás do volante da Mercedes, ele pisa no acelerador, fazendo o carro rasgar as ruas estreitas de Paris com a precisão de um piloto experiente. Quando a polícia tenta bloquear sua passagem, Liaam desvia com destreza, fazendo o carro cortar uma curva e deixar a patrulha para trás. No retrovisor, os faróis se distanciam rapidamente.
Dentro do carro, Tanaka mantém o rádio ocupado, enviando ordens. Primeiro para os espiões aliados da DSGE, instruindo-os a continuar segurando a agência de inteligência francesa, e depois para De La Cour, avisando-o da localização de Tatsuke e pedindo para que ele organize uma maneira de manter a polícia fora da jogada. De La Cour pragueja no rádio, sua voz tensa, respondendo que um grupo da GIGN está lá e acredita que estão a mando de Tatsuke.
Versailles passa rapidamente diante dos olhos deles, as ruas estreitas e sinuosas sendo cortadas pela velocidade dos carros. Tanaka se mantém firme, mas há um peso nas suas palavras. Eles estão se aproximando do aeroporto Toussus-le-Noble, onde tudo será resolvido.
Quando chegam ao aeroporto, a situação toma um rumo de pura ação. Liaam, com seu olhar concentrado, acelera e destrói a barreira de madeira da guarita, abrindo espaço suficiente para que Marie, com uma habilidade impressionante, faça o Renault Espace seguir logo atrás. O céu, agora nublado, parece refletir o clima tenso do momento.
À medida que avançam, eles avistam o que parecia ser o caos da preparação de uma fuga. Membros da GIGN, em trajes de combate completos, estão cercados por fugitivos armados até os dentes, com submetralhadoras em mãos e olhares ferozes. Alguns capangas usam capotes e fedoras, outros, trajes mais casuais, mas a figura que mais chama a atenção é a de um homem alto, loiro e atlético, de sobretudo, discutindo com um outro que está calmamente vestindo uma jaqueta com as cores da França e a torre Eiffel de lantejoulas e jeans bem ajustados. Tatsuke sorri ao avistar os carros.
O silêncio é rompido pelos disparos dos capangas, que abrem fogo contra os carros em movimento. A equipe não perde tempo e revida com tiros rápidos e precisos. Liaam estaciona sua Mercedes em um ponto estratégico da pista, enquanto Marie, com uma habilidade quase sobrenatural, posiciona o Renault do outro lado, formando uma barreira perfeita.
Com a cobertura estabelecida, todos saem dos carros, e um tiroteio de supressão começa. Tanaka, Shiro, e MacGyver avançam em direção a Tatsuke e Le Cobra, mas uma surpresa surge: os capangas de Le Cobra estão posicionados na torre de controle, bloqueando o caminho. Eles estavam preparados para qualquer ataque, mas a situação vira ainda mais complexa quando os guardas do aeroporto, de forma inesperada, começam a atirar contra os capangas. O chefe de segurança do local é um contato de Mercier, e esse é um dos presentes que o excêntrico traficante de arte enviou.
O cenário está montado, tudo que precisa ser feito é o trio conseguir cumprir sua parte e parar Tatsuke de uma vez por todas.
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