A despedida de Ren

 

 Quioto
19/02/1989 Ren e Mari chegam em Quioto pela manhã, Mari leva consigo Ringo, o cãozinho, não vendo problemas com isso. Em Quioto, Mari visita o Dojo Akikai que, por ser domingo estava fechado, mas ela consegue falar com Akikai Ichiro, o jovem sensei do dojo. Os dois conversam como bons amigos até que Mari chega no assunto e pede para que Ichiro marque uma reunião amanhã no almoço com o patriarca sensei Akikai Ooshinzo sobre a admissão de Ren no Dojo e sobre uma proposta que ela gostaria de explicar com mais calma. Também aproveita e diz que vai passear no domingo por Quioto e pergunta se ela e Ren podem dormir lá. Ichiro responde que não vê problemas e que vai arranjar a reunião, comentando que Ooshinzo tem se sentido melhor por conta do clima.  Os três se despedem.
Mari aproveita para convidar um amigo da cidade, um garoto chamado Kobe Maiki para jogar no arcade. Maiki acabou chamando também outro amigo, Yu Shinta, e os 4 (e Ringu) passam a tarde jogando fliperama. Quando se despedem de Maiki e Shinta, Mari convida Ren para jantar e fechar a noite numa danceteria.


 

Mari parece ser reconhecida por pelo menos mais 3 pessoas no bairro, um casal de idosos passeando e uma florista, todos parecem ser simpáticos com a Brasileira.

Depois dos últimos dias, tomar um dia fazendo coisas “normais” fez muito bem a Ren e a expectativa de iniciar o treinamento num dojo respeitável enche o jovem de alegria.

20/02/1989
A família Akikai é hospitaleira e não fazem muitas perguntas, tratam a Mari e Ren com afabilidade. Os membros da família são Akikai Ooshinjo, o venerável sensei de frágil saúde mas grande sabedoria, Akikai Mayuki filha mais velha de Ooshinjo, Akikai Metsuki jovem filha de Mayuki e neta de Ooshinjo e Akikai Ichiro, irmão mais novo de Metsuki e atual sensei do Dojo Akikai.


 

No almoço, Mari vai direto ao ponto: “Ichiro-sensei, Ooshinju-sensei, em nome da amizade e respeito que nutrimos um para o outro, venho pedir que aceitem Ren como estudante do dojo Akikai. Ren já é um lutador capacitado, superior até a Ichiro-san, mas ele andou tendo diversos problemas nos últimos dias, e precisa aprender coisas básicas do Karatê, como compaixão, humildade, disciplina e honra.” Ren apenas com concorda com um "Hai". 



Mari fala isso com semblante sério, Ichiro ouve com entusiasmo, enquanto Ooshinzo pondera enigmaticamente.

Mari continua: "Antes que respondam, peço que considerem umas coisas, Ren deve mudar de nome, pois isso será como uma nova vida para ele, a partir de então ele deve ser chamado de Kingo. Ele deve morar aqui com vocês, sob a proteção e sigilo do Dojo quanto a sua origem. Não que ele seja um bandido nem nada disso, mas há pessoas perigosas a procura dele e confio em vocês... Outra coisa muito importante, Kingo precisa participar de torneios e duelos. Eu me encarrego de inscreve-lo, mas ele precisa lutar em nome do Dojo.”

 Ichiro intervêm ”O Dojo não participa de torneios, Mari-san. Os estudantes podem participar, mas por sua própria conta, nós não nos envolvemos.” Ooshinzo apenas balança a cabeça concordando.
Nisso Mari retruca: “Eu sabia que essa seria a parte mais difícil da reunião, porque o dojo Akikai é um dojo tradicional e tradição é uma coisa duradoura. Mas até pouco tempo no começo do ano toda essa tradição ia mudar para pior se não fosse pelo sacrifício de mim e de meus amigos, não peço que vocês mudem a tradição, peço que vocês abram uma exceção para ele. Em troca ele lutará de acordo com os princípios do Dojo Akikai, com retidão e honra e assim, vai acabar atraindo estudantes que compartilham destes princípios.”


 


Nisso o venerável sensei Akikai fala: “Deixe o garoto falar por sí próprio, Mari-san.” E se dirige para Ren: ”Kingo-san, está disposto a abandonar os dias de violência pela violência e lutar pelo dojo com honra, pureza e retidão em defesa da justiça e dos mais fracos, observando os ensinamentos e princípios do Dojo Akikai?” 

Kingo apenas se curva humildemente e fala: "Sim! Muito obrigado!"

Ichiro olha intrigado para Ren e Mari se derrete em orgulho e felicidade silênciosos. Diante da resposta de Kingo o Veneravel Akikai fala: "Seus gestos e comportamentos já me mostram sua devoção e ânsia pelo aprendizado, muito bem então. Seremos seus instrutores, Kingo-san." Então se volta para Mari. "Aceito suas condições, Mari-san, mas considere todas nossas dividas pagas, você pode permanecer o tempo que quiser aqui, mas Kingo ficará conosco a partir de agora."


Mari então se despede dos Akikai e troca umas últimas palavras com Kingo. "Olha grandão, vou sentir falta de você, viu? Mas vou vir visitar, ok? Vê se se cuida, grandão, aqui são tudo gente boa e você pode aprender mais e crescer como lutador em paz. Próxima vez que eu te ver quero ver você duas vezes mais forte e 100 vezes mais juízo, hahaha!"

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