Prólogo (23/09/67 à 08/01/89)

Prólogo (23/09/67 à 08/01/89) – Charlotte

Desde onde ela consegue se lembrar do início de sua nova vida, Charlotte e seu irmão, Victor estão aprisionados em um casarão cheio de finos e labirínticos corredores, áticos que não dão a lugar nenhum, porões de escuridão impenetrável, portas que estão emparedadas nos piores momentos, brinquedos macabros, sangue gotejante, poeira e bolor – e eles não conseguem escapar, pois aquela casa é sua prisão, e Annya é sua carcereira.

Annya

Annya é uma boneca cruel e repleta de uma aura maligna, tem como único objetivo atormentar a vida de Charlotte e matar Victor, com as justificativas de que Charlotte traiu “papai” de que “papai” ensinou os seus segredos para Charlotte e não para ela e que Victor envenenou a cabeça de Charlotte contra “papai”.

Ninguém visitava a mansão então, por muito tempo, Charlotte foi mal-tratada e torturada por Annya e Victor tinha que viver escondido, pois as poucas vezes que ele se aventurou para sair, quase que foi morto por Annya.

Até que um dia, toda a coisa muda, Annya avisa a Charlotte que eles têm visita e que ela deveria esperar na prateleira enquanto ela ia matar todos. Charlotte só conseguia observar quando uma mulher usando estranhas roupas e um estranho penteado sobe as escadas e se aproxima de Charlotte a segurando e perguntando: “você é a boneca que eu tenho que pegar? ” Charlotte tenta avisar a estranha que ela está em perigo e que deve sair dali, mas a mulher perde tempo se assustando com Charlotte, neste tempo Annya a ataca. Querendo ajudar a mulher, Charlotte pede por três vezes para que a mulher seja sua serva, apenas na terceira vez ela aceita e Charlotte ganha domínio completo sobre seu corpo e ajuda a estranha a combater Annya. Charlotte e a estranha lutam contra Annya, mas parece não haver como derrota-la, pois, quando ela parece estar sendo derrotada, ela desaparece por dentro das paredes e reaparece completamente restaurada. Charlotte e a estranha tentam fugir, mas as escadas apenas levam para o mesmo corredor, então entendem que o único jeito de sair é derrotar Annya de uma vez por todas e, com a combinação de seus esforços, derrotam-na que se torna apenas uma boneca comum. O mal que havia dentro da boneca saí e passa rente a Charlotte com impotente sede de sangue e desejo vingativo.

Os bandidos que estavam lá embaixo, alarmados pelo barulho de combate e encorajados pelo súbito alívio da carga maligna da casa sobem as escadas, quando veem a boneca quebrada, decidem fazer a estranha paga com a vida, mas Charlotte (disfarçada como uma simples boneca) vai ao auxílio de sua serva encantando um dos bandidos a não fazer nada. A estranha batalha com os outros dois, usando táticas evasivas para cuidar de um por vez, em vários momentos atordoa seus atacantes, tendo oportunidade para fugir ou acabar com eles enquanto atordoados, mas espera eles se recuperar enquanto canta e se aquece. O último não nocauteado deles se rende.

A estranha se apresenta como Mari Azai e ambas saem da casa juntas. Mari querendo ir para a cabine telefônica mais próxima e Charlotte querendo leva-la para o hospital enquanto confusos transeuntes e turistas a observam.

Na cabine telefônica são abordadas por um homem vestido de forma cavalheiresca e usando uma bengala com ponta de metal em forma de cabeça de lobo. Ele se apresenta como Charles Lacroix e é extremamente cortes com Charlotte e hostil com Mari. Ele também tenta ser servo de Charlotte, usando uma metodologia muito mais adequada e formal que Mari, mas Charlotte o recusa dizendo que já tem uma serva. Charles então tenta persuadir Mari de abdicar o papel de serva, mas ela se recusa. Sem saída, ele chama as duas para um passeio de carro, assoviando e imediatamente uma limousine Mercedes Benz aparece.

No carro, Charles explica que ele é um agente da Interpol encarregado de uma operação secreta para incriminar as indústrias Star alimentícios por crimes de violência, assassinato, corrupção, formação de quadrilha, chantagem, estelionato e práticas comerciais ilegais. Ele fala que a violência no Japão aumentou muito, que alguém está trabalhando para unir as organizações criminosas sob uma única causa e causando caos, desordem e violência no processo, ele tem evidências que a empresa Star está por trás disso, mas não possui nenhuma prova concreta disso. Sem falar que, há evidências de que Star alimentícios está usando todo o tipo de táticas para aumentar seu poder e influencia, comprando corporações menores e fechando aquelas que eles não conseguem comprar. Charles ainda fala que suas ações estão concentradas no centro do Japão, mas a onda de violência é generalizada, muito provavelmente para desviar atenções da empresa. Entre as armas da Star, já foi identificado o uso do oculto, como os serviços de uma pessoa misteriosa conhecido apenas como “Criador de Bonecas” ou “Puppetmaster” e, como Charlotte e Annya é prova, é capaz de construir bonecas hiper-realistas e animá-las com espíritos de pessoas extraordinárias falecidas.

Charles Lacroix

Para combate-los, a Interpol resolveu criar uma força tarefa (ainda sem nome) envolvendo agentes legítimos da Interpol e Operativos desligados da corporação. Os agentes são encarregados das ações legais “dentro da lei”, de juntar um grupo de operativos independentes e prove-los com material e informações necessárias para conseguir realizar tarefas que, legalmente não seria possível.

Charles parece saber muito sobre Charlotte, mas nada sobre Mari, o que faz ele desconfiar da Brasileira. Charlotte aceita ser uma operativa, e Mari também (meio que de penetra) e todos se dirigem até a central de operações da força tarefa localizada lá mesmo, em Kobe.

Ao chegarem em Weathercock House, foram apresentados ao quartel general subterrâneo da operação. Lá são introduzidos a Shinji Tanaka, agente responsável pela logística interna e treinamento de operativos, Hyiata Mamoru – responsável pela inteligência e banco de dados da operação e também Gyo Gunwoo – agente responsável pela enfermaria e praticas medico-hospitalares. Até ser descoberto mais sobre ela, Mari foi presa na enfermaria. Charles conversou com Charlotte sobre sua natureza e seu passado, Mamoru se encarregou de alojá-la (e deu um game boy para ela), Gunwoo curou os ferimentos de Charlotte (e de Mari) e Tanaka avaliou os poderes de Charlotte e concluiu que seu estilo é “algo parecido com o Kabaddi Indiano, mas mais agressivo, com a energia do Muay Thai”.

No dia seguinte, Mari foi interrogada e falou tudo sobre sua vida até agora, Mamoru confirmou o que ela disse com a investigação que ele fez sobre ela e sua “trilha de papel”, e Gunwoo, que havia a entrevistado previamente, confirmou sua idoneidade. Charles então mandou que Mari passasse por 3 testes, Físicos, Psicológicos e Mentais. O físico foi um embate com o instrutor Tanaka, no qual, apesar da força superior de Tanaka, Mari quase o vence, perdendo apenas porque não o atacou enquanto ele estava atordoado. Nos psicológicos aplicados por Gunwoo, Charlotte também fez o teste, e as notas foram 6 para Charlotte e 5 para Mari. Nos mentais, aplicados por Mamoru, Mari venceu Mamoru numa partida de “Mortal Fighters” e tanto Charlotte quanto Mari surpreenderam Mamoru no teste, apesar dele ter dito que “não chamaria nenhuma das duas para trabalhar na TI”.

Satisfeito com os resultados, Charles permitiu que Mari se juntasse aos operativos da operação e disse que ela poderia pedir o que precisasse, mas que deveria se afastar de seus amigos do Dojo Oichi. Mari aceitou a condição e pediu fitas virgens, fitas originais de bandas, um cachorrinho (Ringo, um Cavalier King Charles Spaniel ) e uma guitarra hibrida. Charlotte pediu Macarron e um walkman.

Neste meio tempo, Mari se entendeu com Charlotte e disse que seria uma boa serva. Charlotte mandou ela aprender a fazer chá e comprar biscoitos cookies e macarron. Também pediu que ela não falasse palavrão na frente dela (levou até um tapa por ter desleixado nisso uma vez).